Logo Deus Me Dibre
Cruzeiro

Sem repertório, Cruzeiro perde em casa pra Chapecoense

Compartilhe

FOTO: BRUNO HADDAD/ FLICKR OFICIAL/ CRUZEIRO E.C.

O Cruzeiro não conseguiu manter o repertório de superação dos últimos jogos na Série B e, jogando em casa, acabou derrotado pra Chapecoense por 1×0 com gol de Anselmo Ramon, revelado pelo clube e campeão brasileiro em 2013. Apesar de ter o controle da posse da bola, a equipe de Enderson Moreira abusou dos cruzamentos e não conseguiu furar a defesa da Chape, terminando o jogo com apenas uma finalização certa na meta de João Ricardo.

Com a derrota, o Cruzeiro perde a chance de saltar na classificação da Série B e para na 11ª posição. Embora tenha três vitórias, a equipe soma apenas três pontos, já que iniciou a competição com menos seis em função da punição da Fifa pela dívida na contratação de Denilson. O próximo compromisso é diante do Confiança, as 18h de domingo, na Arena Batistão, em Aracaju, Sergipe.

O Cruzeiro começou com Maurício pelo lado direito e Stênio pela esquerda do ataque. Posicionamento que ambos estão mais acostumados a executar. No entanto, durou apenas 20 minutos. Lento no meio-campo e cedendo campo a Chapecoense quando atacava, o time de Enderson Moreira sofreu o primeiro gol aos 10′ do primeiro tempo. Anselmo Ramon contou com a sorte do desvio da bola em Cacá para matar o goleiro Fábio, porém chamou a atenção a letargia da equipe na fase defensiva. A jogada iniciou na defesa da Chape, saiu da esquerda pra direita sem pressão no portador da bola e chegou em Anselmo que dominou com espaço pra finalizar. Paulinho carregou a bola, Adriano cercou mas não desarmou nem fez falta. Ele invadiu o setor ocupado por Cabral que deveria ter acompanhado até o final, dominou livre (Cabral está distante) ajeitou pro Anselmo e quando Cacá percebeu, era tarde. Erro geral de marcação. 1×0. 

Lento na saída de bola e cedendo espaços quando atacado, o Cruzeiro pouco ameaçou. Maurício e Régis presos nas linhas compactas da Chape, Stênio sem sucesso no 1×1 (12 perdas de posse) e Moreno mal tecnicamente. Apesar dos 63% de posse, nenhuma finalização no alvo. Quando atacava, o Cruzeiro era previsível. Régis tentava, mas faltou variação, movimentação e vitórias individuais. O time foi facilmente superado fisicamente na primeira e segunda bola. O lado esquerdo com Giovanni foi uma nulidade e o primeiro tempo acabou sem finalização no alvo.

No segundo, Henrique e Welinton entraram nos lugares de Adriano e Stênio, respectivamente. Apesar do amplo domínio da equipe, faltou repertório. O único recurso foi cruzamento pra área e tentativas na bola parada. Foram 38 cruzamentos na segunda etapa e 53 no geral, com apenas 13 certos (25% de aproveitamento), um número assustador que externa a dificuldade de criação do time. Enderson foi muito mal nas escolhas, optando por Arthur Caíke sem ritmo na vaga de Maurício, terminando com Roberson no lugar de Régis e um 4-2-4 sem nenhum meia de criação e quatro atacantes, apostando no chuveirinho pra área e consagrando o zagueiro Luiz Otávio, da Chapecoense. O Cruzeiro acabou o segundo tempo com 75% de posse de bola e 10 finalizações, somente uma no alvo e nenhuma com perigo. Inexplicável a ausência de Marco Antônio e Claudinho até mesmo do banco, já que são duas opções que ao menos possuem recursos técnicos como passe e visão de jogo. Estéril, a posse do Cruzeiro não resultou em jogadas contundentes. A Chape recuou, se viu encurralada, mas não foi ameaçada.

É o momento da comissão técnica rever seus conceitos. Falta combate dos volantes na fase defensiva, movimentação e toques rápidos quando o time possui a bola. O ataque posicional com cada jogador precisando dominar seu espaço para produzir necessita de vitórias individuais, algo inexistente. O lado esquerdo com Giovanni é inoperante, já que o lateral não difere de João Lucas. Sem movimentação, tabelas e aproximação, o jogo se torna extremamente previsível pro adversário. Foi a primeira derrota de Enderson Moreira a frente da Raposa e o alerta precisa ser ligado. O calendário é apertado, mas a equipe precisa apresentar mais repertório, afinal foram mais de 40 dias de preparação devido a paralisação do futebol.