
FOTO: CRUZEIRO E.C./FLICKR OFICIAL
Em 2015, Mano fez um trabalho curto muito acima da curva no Cruzeiro, quando assumiu estávamos em 16º e quase pegamos Libertadores na época que só classificavam 4 equipes. Saiu no final do ano de forma até decepcionante pra China por muito dinheiro e comprometeu o planejamento. Voltou no meio daquele ano e nos salvou novamente do rebaixamento. Em 2017, fui muito crítico do futebol praticado pelo time, mas vencemos a Copa do Brasil após 14 anos sem conquistar um título de mata-mata. O Cruzeiro voltou a ser Copeiro.
Acho que naquele momento fui injusto de certa forma, pois quando analiso nosso elenco e vejo que vencemos equipes como São Paulo, Palmeiras (atual campeão brasileiro), Grêmio (campeão da Libertadores no mesmo ano) e Flamengo com Ezequiel na lateral, um zagueiro recém promovido dos juniores e tendo no banco jogadores como Bryan, Élber, etc, não foi um feito qualquer. No ano passado, voltamos a conquistar a Copa do Brasil de forma consecutiva, algo inédito. Vencemos o Mineiro após 4 anos numa remontada e paramos nas quartas de final da Libertadores daquele jeito que todos lembramos. Divido aquele time em dois momentos: com foco e sem foco. O elenco não era tão bom quanto imaginamos e o nível caia muito entre titulares e reservas. Com isso, o futebol da equipe no Brasileiro era sofrível. Nas Copas, víamos um conjunto maduro, disciplinado e com força mental invejável. Ganhamos o Hexa jogando futebol. Gostem ou não do técnico.
Minha chave com Mano Menezes começou a virar após o jogo contra a La U e, principalmente, quando superamos o Santos na Vila por 1×0. O futebol do time foi horrível naquele dia, mas senti que nosso treinador tinha o grupo na mão e estávamos com pinta de campeões. Preferi começar a tentar enxergar coisas boas no que estava sendo feito e consegui. Vi, por exemplo, Mano Menezes explorar muito bem as falhas de um Flamengo sem um volante para atuar ao lado de Cuéllar, neutralizando Diego e Everton Ribeiro e vencendo com certa tranquilidade o Flamengo, em pleno Maracanã, quebrando o tabu de nunca termos vencido lá após a reforma. Vi um Mano que neutralizou Dudu, principal jogador palmeirense, no jogo de volta das semifinais da Copa do Brasil, quando sabendo que Lucas Romero jogaria improvisado pela direita (e seria atacado por Dudu) deslocou Thiago Neves para o lado esquerdo e Rafinha pra direita, deixando Egídio “sobrecarregado” e, com isso, o ponta alviverde ficou por mais de 25 minutos no lado direito sem tocar na bola.
Também vi Mano Menezes melhorar jogadores como Arrascaeta, que teve seu melhor momento em 2018 atuando pelo lado esquerdo. Levou tempo, mas futebol é assim. Egídio, duas temporadas terríveis no Palmeiras, se reencontrou no Cruzeiro. Enfim, são muitas situações positivas que enxergo ao longo desses anos que me fizeram ser menos crítico ao gaúcho e reconhecer que sim, ele é um bom treinador e seu trabalho trouxe muitos frutos ao clube. Parabenizo às diretorias que não deixaram a pressão da torcida contaminar o ambiente e mantiveram o trabalho. O Cruzeiro de 2019 é a melhor versão sob a batuta de Mano Menezes. Não sei se seremos campeões, mas hoje tenho confiança na equipe que entra em campo.
#MeDibre