
FOTO: CORITIBA/SITE OFICIAL/DIVULGAÇÃO
Que Alexandre Mattos é o favorito de Pedro Lourenço para assumir o cargo de diretor de futebol não é novidade. Contudo, a intenção do Conselho Gestor é definir um nome o quanto antes pois a temporada está perto do início e negociações de saídas e chegadas de atletas seguem pendentes. Dado em primeira mão pelo Heverton Guimarães no programa “Os Donos da Bola” da Band, o nome de Rodrigo Pastana atualmente no Coritiba foi sondado e agrada a cúpula cruzeirense. Porém, mesmo com acesso garantido a Série A, o diretor não goza de prestígio dentro do clube e com a torcida, além de um passado polêmico.
Aos 43 anos Pastana tem uma longa experiência em equipes com menos tradição no futebol Brasileiro. Passou por Grêmio Barueri, Cascavel, Goiás, Criciúma, Figueirense, Bahia, ABC, Ceará, Guarani e Paraná antes de chegar ao Coxa. Conseguiu ao longo da carreira 7 acessos (dois da Série C para a Série B e cinco da B para a A) e também fracassos. Em 2015 se envolveu em polêmicas quando trabalhava no ABC. Contratado com a missão de montar um elenco para brigar pelo acesso para Série A deixou o clube perto da zona de rebaixamento, o que gerou protesto dos torcedores exigindo sua saída (confira matéria completa clicando aqui). Sua demissão não evitou o rebaixamento no fim da temporada. Mesmo com os acessos Rodrigo Pastana não consegue se firmar nos clubes por onde passa. O Coritiba é apenas o segundo trabalho que completa um ano. Ficou o mesmo período no Criciúma entre 2012 e 2013 e 11 meses no Figueirense – onde também saiu deixando polêmicas (confira aqui). Seu tempo médio nos clubes é de seis meses, sendo no Bahia o mais curto (apenas três meses).
O caso mais “polêmico” de sua carreira ocorreu no Grêmio Barueri. O dirigente responde processo por improbidade administrativa em ação proposta pelo Ministério Público de São Paulo (MP/SP), que aponta indício de uso de verba pública de maneira irregular, principalmente, para o pagamento de salário de jogadores do clube paulista (veja clicando aqui). No Figueirense, também conviveu com problemas de relacionamento com jogadores da época. O volante Marcos Assunção que atuou pelo clube catarinense naquele ano disparou contra ele em rede social (confira clicando aqui). Pastana teve apenas uma experiência na Série A do Brasileiro. Foi com o Paraná em 2018 após o acesso do ano anterior. Entretanto, seu trabalho não rendeu frutos. Foram 34 contratações e a 4ª pior campanha da história do Brasileirão dos pontos corridos. Apenas quatro vitórias, com o rebaixamento consolidado na 32ª rodada e apenas 20% de aproveitamento.
Em 2019 conseguiu em sua segunda temporada no Coritiba o acesso a Série A. Das 23 contratações feitas, 11 deram retorno em campo. Isso não foi suficiente para cair nas graças do torcedor, que protestou contra o presidente e exigiu sua saída após o jogo do acesso (vitória por 2×1 contra o Vitória, em Salvador). Confira clicando aqui.
CONCLUSÃO:
Após ter sido devastado pela antiga gestão o Cruzeiro precisa passar por um choque de profissionalismo. Não há espaço para erros ou marinheiros de primeira viagem. Mesmo tendo somado acessos, fica evidente que Pastana não possui em seu currículo predicados para conduzir um gigante novamente ao topo. Mesmo em grave crise financeira, o orçamento de R$ 80 milhões previstos pelo Conselho Gestor é bem superior aos demais times da Série B. O clube que mais se aproxima do montante é o Vitória que aprovou orçamento de R$ 56 milhões para 2020. Ou seja, é possível se planejar com um diretor que tenha experiência na Série A e peso no mercado para atrair jogadores e fazer bons negócios para o clube pensando no centenário que se aproxima. Com uma folha de R$ 2 milhões mensais, o RB Bragantino de Thiago Scuro conseguiu não só o acesso pra Série A como o título da Segundona, provando que “experiência” em acessos não significa muita coisa.
Precisamos fazer um trabalho de recuperação de credibilidade como nenhum clube brasileiro jamais teve que fazer. Fomos alvos de intermináveis matérias em páginas policiais ao longo de 2019 que levaram nossa credibilidade pra lama. Para recuperá-la, o representante do clube que vai sentar numa mesa de reunião para comprar, vender ou negociar precisa ser alguém com nome, currículo e que passe a mensagem: ”Eles estão de volta. A conversa agora é outra.”
Conhecem alguém no mercado que atenda estes requisitos? Liguem para ele, o Cruzeiro tem pressa. E nunca se esqueçam: um bom diretor não é custo. É investimento.
#MeDibre