
FOTO: REPRODUÇÃO / ARQUIVO PESSOAL
Após ter sido citado na nota do Cruzeiro, dando sua versão sobre o caso do garoto Estevão Willian, de 14 anos, o gerente do Centro de Formação de Atletas do Palmeiras, João Paulo Sampaio, falou com a nossa reportagem sobre a situação do atleta e negou qualquer tipo de “aliciamento” por parte do clube paulista.
“Não teve aliciamento nenhum. O jogador estava livre. Tinha oferta de outros clubes (eu tenho as ofertas oficiais na minha mão). O empresário e o pai me mostraram e mandaram pra mim. Mas o menino quis jogar no Palmeiras. O pai preferiu o Palmeiras.”
Ao ser questionado sobre o motivo que teria levado o garoto e seu staff a escolher o Palestra Itália de São Paulo, João Paulo falou sobre o momento atual do Palmeiras e o que teria levado o garoto a fazer essa escolha:
“Por ser o clube com mais convocações pra seleção e por muitos atletas terem oportunidades no profissional, o Palmeiras foi o escolhido.”
Sobre as transições que acontecem nas categorias de base, o próprio João Paulo recordou de um acontecimento envolvendo Estevão Willian e outro clube de São Paulo, o Santos. Na ocasião, “Messinho” foi convencido a se transferir para o clube do litoral paulista, mas por ter o título de “clube formador”, havia resguardo por parte do movimento dos coordenadores de categorias de base nesse tipo de situação:
“Se o Cruzeiro tivesse o certificado de clube formador, isso não teria acontecido. Ele não estaria livre. Quando Klauss Câmara era diretor da base do Cruzeiro, o “Messinho” foi parar no Santos, que teve que devolver ele, porque o Cruzeiro tinha o certificado e o movimento dos coordenadores protegiam. Hoje ele poderia assinar contrato de formação com qualquer clube do país por causa disso. Ele não estava inscrito no BID, onde ele poderia estar desde os 12 anos.”
João Paulo ainda relembra o caso do atleta Vitor Roque, que saiu do América e fechou com o Cruzeiro em situação similar. No caso, ocorrido em 2019, até mesmo uma “peneira falsa” foi feita para “avaliar” o atleta. O caso repercutiu e acabou dando fim à Taça BH, competição de categorias de base disputada em Belo Horizonte.
“A maior competição do país parou de existir, a Taça BH, devido a situação de um jogador que o Cruzeiro pegou do América-MG.”
Questionado sobre os possíveis vencimentos incomuns e “acima do normal” para atletas dessa categoria, o gerente do Palmeiras foi enfático ao dizer que, atualmente, o atleta não recebe nem o que vinha recebendo no Cruzeiro e que há um limite máximo estipulado em sua gestão para a base do clube alviverde.
“Ele não ganha nem o que ganhava no Cruzeiro. Nenhum jogador do profissional do Palmeiras que subiu das categorias de base, ganha nem 50 mil reais. E quando saiu da base, não ganhava nem 10 mil, que é o máximo que nós trabalhamos aqui.”