
Hoje o Cruzeiro conhecerá seus adversários na fase de grupos da Copa Sul-Americana de 2024. O sorteio, marcado para acontecer nesta segunda-feira, a partir das 20h, marca o retorno do clube a uma competição internacional depois de 5 anos e um início de caminho importante para que o clube volte a figurar no panteão dos grandes campeões continentais da América do Sul.
Busca por fim do jejum
Copa Sul-Americana pode representar um importante ponto de retomada para que o Cruzeiro saia de um incômodo jejum de títulos internacionais. A última vez que a Raposa levantou um troféu continental foi em 1999, mas válido para a Recopa de 1998, disputado entre o Cruzeiro – então campeão da Copa Libertadores de 1997 – e o River Plate – campeão da Supercopa da Libertadores de 1997.
Na ocasião, duas vitórias consagram o time comandado por Levir Culpi: 2 a 0 no Mineirão (gols de Giovanni e Müller) e 3 a 0 no Monumental de Nuñez (gols de Giovanni, Marcelo Ramos e Gustavo). Desde então, o Cruzeiro se vê à frente de um jejum de 25 anos sem conquistar um título internacional, batendo na trave em 2009, quando perdeu a final da Libertadores diante do Estudiantes de La Plata.
Em outras ocasiões, a Sul-Americana foi um torneio responsável por iniciar trajetórias vitoriosas de equipes no cenário continental, como recentemente fez o Athletico-PR, que nos últimos anos conquistou dois títulos da Sul-Americana, o último em 2021 e sendo finalista da Libertadores em 2022 (foi vice-campeão após perder para o Flamengo).
Grandes distâncias
Uma das maiores preocupações quando se fala de competições continentais é a logística. Diante das grandes distâncias e pelo calendário apertado das equipes brasileiras, evitar viagens longas pode ser vantajoso, assim como se preparar bem para confrontos que podem acontecer há mais de 4 mil quilômetros.
No caso do Cruzeiro, quatro cidades de times classificados para a fase de grupos da Sul-Americana ultrapassam a marca dos 4.500 quilômetros e vão requerer uma logística diferente de preparação, treino e viagem, sendo elas:
Valledupar, na Colômbia, onde joga a equipe do Alianza FC, que está no pote 4. A cidade fica a 4.657km de Belo Horizonte, se traçada uma linha reta, é conhecida por ser a capital do “vallenato”, gênero musical típico da região e “adotou” a equipe do Alianza, que antigamente se situava na região de Barrancabermeja e era o antigo “Alianza Petrolera”, que trocou seu nome e suas cores na mudança de região.
Maracaibo, na Venezuela, onde joga a equipe do Rayo Zuliano, também no pote 4. A cidade fica a 4.551km de Belo Horizonte em uma linha reta e é a segunda maior cidade venezuelana.
Outra cidade Colombiana é Medellin, onde joga o Independiente Medellín, que está no pote 2. Segunda maior cidade da Colômbia, fica a 4.518km de Belo Horizonte em uma linha reta e também é onde joga o tradicional Atlético Nacional.
Por fim, superando os 4.517km de distância de Belo Horizonte, temos a cidade de Manta, no Equador, onde joga o Delfín (Pote 2). A cidade portuária foi uma das mais afetadas em 2016, quando um terremoto de 7.8 de magnitude. A equipe local vem em uma crescente recente no cenário sul-americano, disputando sua primeira Libertadores em 2018 e participando, desde então, da Copa Sul-Americana.
Grandes altitudes
Mas não é só a distância e a logística que devem ser uma das preocupações do Cruzeiro. Com tantas cidades estabelecidas nas regiões das cordilheiras dos Andes, a altitude também é um fator a ser levado em consideração.
Ao todo, três estádios de possíveis adversários do Cruzeiro superam os 3 mil metros de altitude:
A começar pelo popular “El Alto”, que fica na cidade homônima, na Bolívia. O estádio é a casa do Always Ready, equipe que chega depois de ser eliminada na terceira fase da Libertadores e se junta ao Pote 4. El Alto fica no departamento de La Paz, mas é considerada a segunda maior cidade boliviana. Com 4.070 metros de altitude, o estádio “El Alto” é o segundo maior em altitude média no mundo, perdendo apenas para o estádio “Cerro de Pasco”, que fica no Peru, que está em uma altitude média de 4.378 metros.
Outro estádio que chega próximo da casa dos quase 4 mil metros é o “Víctor Agustín Ugarte” (3.960 metros de altitude média), que também fica na Bolívia, em Potosí. O estádio é casa do Nacional de Potosí (Pote 4) e já é conhecido pelo Cruzeiro. Em 2008 o estádio foi palco da derrota da Raposa para o Real Potosí por 5 a 1, na fase de grupos da Libertadores.
E o último estádio situado em uma altitude a ser considerada é o Estádio “Inca” ou “Inca Garcilaso de la Vega”, em Cuzco, no Peru. O estádio está situado a 3.350 metros acima do nível do mar e é a casa do Deportivo Garcilaso, que está no Pote 4 da Sul-Americana. O estádio também é a casa do Cienciano, equipe que conquistou a Sul-Americana, em 2003.
Confira todos as equipes classificadas e seus potes respectivos:
