Fotos/Flickr Cruzeiro
Muitos podem espernear e usar todos os fakes do Twitter para me xingar ou fazer acusações sem cabimentos, mas a verdade é que, assim como a atual diretoria tem méritos na vitória do time hexacampeão da Copa do Brasil, todos também tem que concordar que o ex-presidente Gilvan de Pinho Tavares e sua antiga diretoria tem grande importância na conquista do sexto título.
O trabalho continuado, que tanto cobram no futebol brasileiro, só foi possível graças ao Gilvan que deixou em sua sucessão um time cascudo, experiente e, óbviamente, caro mas decisivo. Vamos analisar passo-a-passo:
Goleiros:
Fábio, Rafael, Vitor Eudes e Gabriel Brazão já estavam no clube.
Zagueiros:
Murilo, Léo, Manoel, Dedé e Cacá também já faziam parte desse elenco.
Laterais:
Edilson foi contratado pela atual gestão em janeiro de 2018, Egídio foi contratado ainda na gestão Gilvan, em novembro de 2017, mas há notícias que indicam que a atual diretoria já se movimentava nos bastidores. Marcelo Hermes e Patrick Brey também foram contratados pela atual gestão. Apenas Ezequiel se manteve como jogador que disputou 2017 pelo Cruzeiro.
Meio-campo:
Os volantes Henrique, Lucas Silva, Cabral e Romero já estavam no elenco remanescente, assim como os meias Robinho, De Arrascaeta e Thiago Neves. As principais contratações foram dos meias Bruno Silva e Mancuello, ambas no primeiro mês de 2018. O volante Éderson foi contratado em agosto de 2018 para as categorias de base do Cruzeiro e acabou sendo integrado ao profissional.
Atacantes:
Rafinha, Raniel e Rafael Sóbis foram os atacantes remanescentes da gestão do Gilvan. Fred, David e depois Hernán Barcos foram contratados pelo presidente Wagner e sua atual comissão.
Do elenco atual do Cruzeiro, 21 atletas já estavam no clube e 9 foram contratados pela nova diretoria. Desse total de 30, quatro são remanescentes da base – três que já estavam e um que foi contratado.
Essa análise reflete bem o que foi o time que entrou em campo na finalíssima contra o Corinthians na Arena. A escalação dos 11 iniciais mais as substituições foi:
Fábio; Edilson, Léo, Dedé e Lucas Romero; Henrique, Ariel Cabral, Robinho, Thiago Neves (Lucas Silva) e Rafinha (De Arrascaeta); Barcos (Raniel).
Dos 11 titulares, nove foram contratações do ex-presidente Gilvan – assim como as substituições. Da atual diretoria, apenas dois reforços estavam em campo.
Claro que não cometerei o mesmo erro que a turma atual comete, que é ser injusto com o trabalho do Marcelo Djian. Coube a atual diretoria negociações e renovações, por exemplo, com Mano e sua comissão, (uma dinheirada, mas renovou!) e os contratos de Dedé, Cabral e Rafinha – esse último que chegou a ser sondado pelo Vasco e obrigou a raposa a cobrir a proposta, além de prorrogarem o contrato do Arrascaeta e continuarem com o empréstimo do Lucas Silva. Méritos totais para eles.
Mas isso só foi possível, porque os atletas já estavam aí! E com isso fica impossível negar a importância do ex-presidente Gilvan para o ano de 2018 e a conquista do Hexa da Copa Do Brasil. Ele fez algo que não é muito comum de acontecer no futebol e deixou um baita herança para os novos comandantes do Cruzeiro.
E o exemplo do oposto é de um passado sombrio não tão longe. Basta lembrar o legado deixado ainda em 2011 por Zezé Perrella, que havia se ausentado do cargo de presidente: um caixa zerado, um time técnicamente fraco e uma perspectiva sombria para o futuro, com um time que havia acabado de escapar de uma queda para a segunda divisão.
Como falei no início desse texto, os que não entendem a necessidade de ser crítico e exigente com a atual diretoria – que foi inclusive apoiada pelo ex-presidente Gilvan – tendem a espernear e dar chilique. Pois que façam a vontade. A verdade é que os fatos estão aí e contra eles não existem argumentos.
Por fim, não se esqueçam de fazer aquela oração especial, ok?
São Gilvão pançudinho danado /
Venha a nós e mostre o caminho /
Ensina a quem fala muito como gastar /
São Gilvão bom velhinho /
Proteja o time que você montou/
Porque os que vieram /
Só com muito louvor /
São Gilvão, livre o Cruzeiro de todo mal/
E nos leve a mais uma final/
Amém!