TEM QUE SABER TORCER

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Numa certa coletiva desse ano, ao ser questionado pela imprensa sobre a maneira do time jogar, o técnico Mano Menezes respondeu que o time cruzeirense tinha que saber jogar.

Essa expressão utilizada pelo comandante da equipe celeste fazia clara alusão à forma de jogar do time levando em consideração uma série de fatores que modificariam substancialmente a própria postura do time dentro de campo. Se a partida demandasse um simples empate a postura da equipe comandada pelo técnico gaúcho seria mais cautelosa, se demandasse uma vitória um pouco mais agressiva, e assim, de acordo com o perfil de cada resultado almejado e conforme cada equipe adversária.

Por conta da análise desses fatores em grande parte das vezes que foi questionado a respeito, o técnico Mano Menezes disse que o time teria que saber jogar. Certo é que tendo que jogar para ganhar ou empatar, o técnico celeste tem como marca a baixa exposição defensiva aos adversários, jogando sempre com bastante cautela (para não usar outros termos)…

Em face disso, hoje, a grande maioria da torcida cruzeirense já compreendeu (aceitar ou não já são outros quinhentos) a política de jogo para o time de Mano Menezes.

E a torcida cruzeirense, em face dessas variáveis de jogo, como se portar antes, durante e depois dos jogos? Há algo que a torcida do Cruzeiro possa fazer? A torcida TEM QUE SABER TORCER?

A torcida Cruzeirense sempre foi e com certeza será muito exigente e às vezes até chata no que diz respeito à cobrança pelo topo, principalmente no que diz respeito a conquista de títulos. Vindo ou não vindo, a torcida cruzeirense sempre quer mais e mais. Essa particularidade – encaro como uma qualidade – sempre fez com que o Cruzeiro não se contentasse com o que tem, sempre querendo mais, estando ou não no topo.

Prova disso foram os anos de 2013 e 2014 onde havia parcela de torcedores que não se viam satisfeitos cem por cento com o time mesmo com melhores ataques, dezenas de pontos à frente dos demais concorrentes, pois sempre queriam mais e mais, mesmo com o Cruzeiro jogando rápido e rasteiro e com um dos melhores ataques do ano…

Hoje, a proposta da equipe de Manos Menezes é diferente em relação aos anos de 2013 e 2014. A equipe de Mano joga com muito pragmatismo, poucos gols e sempre jogando pelo resultado.

Grande parte da torcida cruzeirense – e eu me incluo nessa parcela – não se sente bem com um time pouco propositivo, pouco envolvente. Essa parcela gostaria que o time fosse mais envolvente, fizesse mais gols, e que conquistasse o mesmo tanto de títulos. Sendo ofensivo ou mais cauteloso, a única certeza que todo e qualquer cruzeirense tem é que, ao final, o que contam são os títulos.

Assim, é preciso saber torcer, mesmo que não concorde.

Concordar e torcer são coisas totalmente diferentes, mas, uma coisa é certa: PARA SABER TORCER TEM QUE SABER MAIS QUE ACEITAR. É PRECISO COMPREENDER.

Se o processo de compreensão passar por um omeprazol contra gastrite, remédios para cefaleia para combater dores de cabeça, que assim seja.

Preferir um time pragmático ou mais ofensivo vai depender de pessoa para pessoa, de técnico para técnico. A única certeza que temos nessa vida (além da morte) é que para o Cruzeirense, o que vale são os canecos na sala de troféus. A forma para conquista-los, se será à base de retranca, futebol ofensivo, ou com vitória nos pênaltis, pouco importa.

De fato, o que vale, para a história da torcida cruzeirense, não é (apenas) a forma pelos quais os títulos foram conquistados, mas, sim, se eles foram ou não conquistados.

É preciso saber torcer! É preciso torcer, antes de tudo! Cada um a seu jeito, cornetando ou orando, gritando ou se debatendo em silêncio, o que importa é que cada torcedor mande suas energias positivos para aqueles que vestirem nossas camisas!

Cada um a seu jeito, mas, Cruzeiro acima de tudo e de todos!

Tem que saber torcer, mas, antes de tudo, tem que torcer!

Vamos, vamos Cruzeiro!

(fotos: Rafael Pena)

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