TEMOS OU NÃO TEMOS ELENCO?

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Muitos dizem que um elenco campeão não se faz somente com 11 jogadores, e isso é fato.

Numa temporada longa, com suspensões, contusões, cansaço, desgastes em viagens e jogos, negociações de jogadores entrando e saindo do elenco, dificilmente as escalações se manterão inalteradas de um jogo para o outro.

Hoje, o elenco do Cruzeiro conta, além dos 11 titulares absolutos para o técnico Mano Menezes, outros poucos atletas que quando entram não deixam o nível cair tanto, como por exemplo, Rafael, Romero, Rafinha e Raniel.

Contudo, nessa fase em que a equipe celeste manifestadamente optou por priorizar os jogos de Copa (Libertadores e Copa do Brasil), em detrimento do Campeonato Brasileiro, estamos percebendo que o desempenho da equipe “alternativa” não tem conseguido manter o nível.

As laterais do Cruzeiro, por exemplo, quando demandam a utilização de seus “reservas” tem feito cair bem o nível técnico, prejudicando sobremaneira o próprio rendimento da equipe. Ainda que Egídio e Edílson não sejam o supra sumo das laterais no Brasil, em comparação com os reservas Marcelo Hermes e Ezequiel faz parecer que há uma grande diferença de participação entre os comparados. Esse abismo se revela flagrantemente em números e eficiência quando cada um é acionado e principalmente no número de oportunidades criadas e gols obtidos com a participação direta ou indireta desses.

Os jogos onde foi necessário poupar os “titulares” fizeram a torcida do Cruzeiro perceber uma série de carências para esses momentos, e, principalmente, em mostrar que para determinadas posições improvisar pode se revelar melhor que se valor do reserva imediato. Prova disso é a constante utilização de Romero nas substituições de Edilson em detrimento da utilização do “especialista” da posição, Ezequiel.

No meio campo, a discrepância técnica havida entre os “titulares” das posições em relação aos reservas, contratados para comporem o elenco e fazerem sombra faz com que a torcida torça todo dia para que esses não tenham que entrar em campo.

Dois dos maiores investimentos no setor, no ano, Mancuello (6 milhões de reais) e Bruno Silva (8 milhões de reais), não conseguem render e nem se firmar ainda quando as mudanças no time titular não sejam tão numerosas. Mesmo quando estes são acionados a entrar na equipe titular, com pouquíssimas mudanças no time tido como titular, estes não conseguem render minimamente próximo aos tidos como titulares.

Os números de desarmes, participação e passe certos, desses, por exemplo, em relação a Lucas Silva, Henrique e até em relação a Lucas Romero são muito discrepantes e fazem crer que o elenco se encontra deficitário quanto às referidas posições, caso haja a necessidade de troca de peças.

No ataque, outro contratado a peso de ouro, David, não tem mostrado números próximos aos apresentados por Barcos e De Arrascaeta, por exemplo, seja com relação a arremates, preparação e até mesmo participação das tramas ofensivas.

O atacante baiano que foi contratado para ser o “velocista” da equipe além de não conseguir emplacar um jogo inteiro, nem uma jogada de ponta ou de contra ataque foi promovida por essa promessa de reforço de velocidade.

Certo é que as carências nas diversas posições e setores nos fazem crer que o planejamento promovido foi mirado exclusivamente com o foco das competições do estilo de Copa. Nesse ano, a possibilidade de se almejar eventual tríplice coroa cai por terra na medida em que o elenco encontra-se totalmente desbalanceado, havendo uma diferença muito grande entre os “titulares” e os “reservas” com os resultados alcançados de forma bem discrepante quando o time se vale demais dos reservas se comparado quando nas condições normais de escalação.

Ainda que estejamos iniciando agora o último semestre do ano, para a próxima temporada, o planejamento deverá ser feito de forma a evitar uma discrepância tão grande entre titulares e reservas, pelo menos no quesito rendimento, a fim de que o elenco, quando for exigido, possa gerar números mais condizentes com a história do Cruzeiro.

Certo é que, para o ano que vem, muita gente deverá (terá que) deixar o elenco e o planejamento deverá ser feito com o intuito de minimizar o abismo de números e performances entre os titulares e reservas acaso o foco passe a ser, também, competições longas como o campeonato brasileiro.

Ainda que estejamos no meio da temporada, o alerta para a próxima temporada se faz necessário até mesmo para que nossos dirigentes tenham tempo para o planejamento e execução.

Vamos, vamos Cruzeiro!

foto: Cruzeiro / Divulgação

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