
Não é que o “jogar de terno” estava tirando um pouco das características e essência do Cruzeiro?
Essa expressão “jogar de terno” surgiu entre brincadeiras de torcedores cruzeirenses nas redes sociais especialmente em cima de partidas sóbrias e com estilo desenvolvidas pelo volante Ariel Cabral antes da assustadora queda de rendimento desse, que também coincidiu com a queda de toda a equipe celeste.
Junto com a sensível queda do volante argentino Ariel, que ditava o ritmo do meio campo, o time celeste oscilou demais e veio a ser fortemente criticado. Mano tentou adequar o terno às exigências do time.
Manteve Cabral no time junto com Henrique (que corria para um lado e para o outro como uma barata tonta sem ver a bola) e com isso o Cruzeiro fez partidas pífias, a meta adversária ficou longe, chutes a gol escassos e nossa zaga passou a ficar muito exposta.
Por vezes, a nau de Cabral ficou à deriva e Mano não soube o que fazer com um leme que não lhe dava norte.
Sou fã do futebol do argentino Ariel Cabral desde quando jogava pelo Vélez. O começo dele no Cruzeiro não foi dos melhores mas à medida que as partidas aconteciam e ele se ambientava, seu futebol crescia. Cabral nunca foi um volante rápido, nunca foi o maior ladrão de bolas do time, mas, a qualidade dos passes e o bom posicionamento lhe renderam vaga por diversas vezes entre os titulares.
Coincidência ou não, após a saída do volante argentino do time e com a entrada do contestado Lucas Silva (isso porque muitos preferiam que Cabral cedesse lugar ao outro argentino, Romero, na vaga de volante), o meio campo do Cruzeiro passou a roubar mais bolas, Henrique teve leve crescimento em sua posição, a zaga ficou menos exposta e o meio-campo ofensivo passou a render mais.
De fato, o esquema adotado por Mano Menezes, com dois volantes apenas, a meu ver, sacrifica muito o Cabral, pois, como dito, o mesmo não é um volante de marcação mais agressiva (não que o Lucas Silva o seja, mas, até o momento, vem correspondendo relativamente bem) e não consegue dar suporte a subida de nossos laterais. Talvez, num esquema de três volantes, com o Cabral jogando mais solto, sem tanta responsabilidade de marcação, mais focado à distribuição de bola, ele poderá render mais.
Como o mundo da bola oscila muito e as circunstâncias futuras só a Deus pertencem, caberá ao volante argentino tentar riscar novo modelo de terno que se encaixe ao esquema celeste. Futebol e técnica ele tem e já provou que pode ser útil.