Time reserva e confusão de camarote

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O clássico válido pela 6ª rodada do Campeonato Brasileiro de 2018 foi um jogo tecnicamente ruim, mas compreensível e justificável pelos limites da equipe escalada por Mano Menezes. Apesar de em nenhum momento ter sido merecedor da vitória, o Cruzeiro e seu time – praticamente todo reserva – não foi alvo fácil e a derrota por 1 a 0 no Independência saiu mais cara do que o esperado.

A limitação do time do Cruzeiro se deu muito mais pela dificuldade de entrosamento, principalmente das peças de ataque e pelo descuido na marcação. Bruno Silva, que por muitas vezes atuava como primeiro volante, acabou por ser amarelado ainda no primeiro tempo, o mesmo aconteceu com Mancuello que acabou expulso, de forma justa, aos 4 minutos do segundo tempo, desequilibrando a partida a favor do Atlético.

Apesar das atenções celestes estarem voltadas para a partida contra o Racing (ARG), na próxima terça-feira (22), que pode garantir à raposa a liderança do grupo 5 da Libertadores, a derrota interrompe uma sequência de vitórias no Campeonato Brasileiro e deixa o time mais distante das primeiras posições do campeonato.

No total, o Cruzeiro teve apenas 32% de posse bola, mas soube controlar o jogo mesmo sem ela nos pés, criando boas chances, a melhor desperdiçada por Bruno Silva – um chute livre na entrada na área, defendida pelo goleiro adversário – e anulando os poucos pontos-fortes do time alvinegro.

Marcelo Hemes foi um dos reservas que atuou. Fábio (fundo) o único titular. (Foto: Vinnicius Silva/Cruzeiro)

Os pontos positivos do jogo ficam por conta da estreia do lateral e ponta-direito Vitinho, de apenas 18 anos. O jogador é um dos destaques da base celeste e vai treinar com a Seleção Brasileira na preparação para a Copa da Rússia. E também pela demonstração de força e vontade do elenco, que competiu de igual pra igual num clássico, mesmo com o time desentrosado.

O ponto negativo fica por conta do baixo rendimento do meio-de-campo, além da expulsão de Mancuello, Bruno Silva segue não suprindo às expectativas de ter sido contratado como um dos melhores meias do futebol brasileiro de 2017 e Cabral também não fez boa partida, ficando apagado em boa parte do jogo.

Para um time totalmente sem ritmo, a derrota não causa espanto, mas pelo que se desenhou no jogo, principalmente após a entrada de Arrascaeta e Sassá, fica a sensação de que se não fosse pela expulsão o time poderia buscar algo mais.

Os bastidores:

Por fim, esse jogo ficará lembrado por ser um clássico mais marcado pelas confusões de bastidores do que o futebol apresentado em campo por ambas as equipes. Antes da partida, os problemas relativos aos ingressos. Durante a partida, os problemas que a diretoria celeste e sua comissão tiveram ao serem alocados a um camarote entre integrantes e lutadores da Torcida Organizada Galoucura (vide fotos abaixo), que de acordo com o vice-presidente de futebol Itair Machado, em entrevista ao globoesporte.com durante o intervalo, disse “O Atlético ao invés de vir aqui e fazer o serviço, ele colocou o Cruzeiro no meio (camarote), com 20 caras da Galoucura de um lado e 20 do outro. Eles estão provocando e ofendendo querendo partir pra briga”.

 

Após o final do jogo, a diretoria através do diretor-geral Sérgio Nonato decidiu por não realizar a coletiva com o Mano Menezes, ou qualquer outra entrevista no Independência. Em nota oficial publicada através de suas redes sociais e seu site em nota de repúdio:

“O Cruzeiro Esporte Clube vem a público informar que em protesto não concedeu entrevistas pós-clássico deste sábado em função do tratamento que recebeu por parte do adversário. Em atitude covarde de seu presidente colocou o staff e a diretoria do Cruzeiro em camarotes ao lado de lutadores de uma torcida organizada. Não fosse a intervenção da Polícia Militar, haveria ocorrido uma tragédia hoje no estádio Independência. Neste domingo, o técnico Mano Menezes atenderá a imprensa na Toca da Raposa 2”.

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