
Um jogo eletrizante com tempos distintos. Assim pode ser resumida a vitória – de virada – do Cruzeiro contra o Atlético Paranaense. Teve de tudo: arbitragem comprometendo, jogador expulso, grandes defesas e um argentino com sangue de Pirata. Hernán Barcos, em seu segundo jogo oficial, saqueou a defesa adversária e foi o autor do gol da vitória, o espólio perfeito para uma partida gigante. O primeiro de muitos gols.
Mano Menezes seguiu com o rodízio de atletas escalando Marcelo Hermes na vaga de Egídio. Como ele mesmo citou, o objetivo é preparar os reservas com minutos em campo para estarem inteiros lá na frente e descansar os titulares. Com a suspensão do capitão Henrique, Lucas Silva formou dupla com Lucas Romero e na frente Arrascaeta, Thiago Neves, Robinho e Hernán Barcos completaram o ataque. Os primeiros 45 minutos não foram fáceis, assim como no jogo de segunda-feira contra o mesmo Atlético, nosso lado esquerdo estava exposto. Isso ocorreu pela dificuldade do Arrascaeta em recompor fechando o corredor. Como ele tem liberdade para flutuar da esquerda para direita, nem sempre consegue retornar há tempo. O Furacão atacava com velocidade pelos lados, com o meia dando opção ao lateral, que subia e ficava no 1×1 com Marcelo Hermes. Um risco calculado, mas que permitia certo perigo. Pela direita, isso também ocorreu com as ultrapassagens do lateral esquerdo Nicolas e a dificuldade do Robinho em acompanhá-lo. Guilherme quase marcou em uma dessas jogadas.
O Cruzeiro apresentava dificuldade na mobilidade e movimentação ofensiva. Sem a bola, o adversário se fechava com duas linhas compactadas e dobrava a marcação pelo lado. Mesmo assim, o Cruzeiro insistia por ali sem conseguir infiltrar na área. Lucas Silva precisou atuar mais adiantado e não conseguia encaixar o último passe. Thiago Neves, novamente, teve uma atuação abaixo, forçando o Barcos a sair bastante da área para buscar jogo e não conseguíamos concluir a gol. Contudo, quem saiu na frente foi a equipe celeste e foi aí que a arbitragem apareceu de forma negativa. Em um contra-ataque, Arrascaeta tocou para Robinho adentrar a área e rolar para Hernán Barcos marcar. O bandeira deu impedimento, que não havia. Jonathan dava condição. Em seguida, uma falta clara em cima de Arrascaeta no campo ofensivo não foi marcada.
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Confira o lance da falta em Arrascaeta
O Atlético saiu jogando e numa bola rebatida no próprio árbitro, Bruno Guimarães avançou, tentou chutar e retomou a posse, entrando na área e sendo derrubado por Dedé e Marcelo Hermes. Guilherme marcou e abriu o placar.
Sem alterações no intervalo, o Cruzeiro voltou pro segundo tempo com uma postura mais agressiva. Subiu a marcação e tentava furar o bloqueio rival. Sem sucesso, Mano Menezes resolveu arriscar lançando Rafinha no lugar de Lucas Silva e foi aí que ele acertou. Com esta alteração, Robinho passou a atuar por dentro, ao invés de ficar fixo no lado direito, este posicionamento compromete seu futebol. E o gol de empate saiu. Rafinha recebeu a bola pela direita, cortou para dentro e tocou para Robinho, que vendo o campo de frente, cruzou com maestria, na cabeça de Arrascaeta, era o empate celeste. O terceiro do uruguaio nos últimos três jogos.

Com o gol, Arrascaeta chegou a 45 tentos marcados pelo Cruzeiro, tornando-se o principal artilheiro estrangeiro do clube.
O Cruzeiro seguiu pressionando o seu rival, mas esbarrava nas oportunidades de gols desperdiçadas. Arrascaeta era o termômetro técnico do time. Todas as jogadas de perigo passavam pelos seus pés, invariavelmente. Barcos era o jogador que mais oferecia suporte ao meia saindo da área, lutando por cada bola e não desistindo de nenhuma jogada. Louvável a raça do Pirata, que jogou por mais de vinte minutos com o tornozelo machucado. Com a baixa produtividade de Thiago Neves, Mano resolveu lançar Raniel na vaga do camisa 30. A ideia era acrescentar mais um jogador de força para encostar na área e aumentar o jogo interior, explorando a entrelinha. Foi assim que a virada saiu. Após cruzamento magistral de Robinho, Hernán Barcos apareceu nas costas de Jonathan e empurrou para o fundo das redes. Gol que premiou sua grande partida.

A importância de dois jogadores de referência na área. No cruzamento, Paulo André marcava Raniel, Arrascaeta era vigiado de perto por outro defensor e o Pirata pôde explorar as costas do lateral e marcar o gol.
A vitória foi justa pelo segundo tempo avassalador do Cruzeiro. Foram 12 finalizações, 7 de dentro da área, além de 7 escanteios. O Furacão se limitava a tentativas de contra-ataque, mas Dedé e Léo foram duas fortalezas atrás. Vale ressaltar a ótima leitura do treinador Mano Menezes ao recuar o Robinho para atuar como “volante” e lançar o garoto Raniel em campo. Essas alterações foram fundamentais para vitória. Com o resultado, o Maior de Minas chegou ao 3° lugar, com 24 pontos, 6 atrás do Flamengo. O próximo confronto será na quarta-feira, contra o Corinthians, em Itaquera.
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Confira os gols da partida
Saudações celestes!
Fotos: Vinnicius Silva/ Cruzeiro E.C.
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