FOTO: REPRODUÇÃO / TWITTER MINEIRÃO
Deu a lógica no jogo que deveria ter acontecido há tempos. Com a presença de quase 40 mil torcedores, o Cruzeiro venceu o Deportivo Lara por 2 a 0, com dois tempos de futebol distintos. No primeiro, um time ofensivo, com recursos, troca de passes e qualidade para chegar ao primeiro gol antes dos 10 minutos iniciais de partida. Não fosse o goleiro adversário e um impedimento mal marcado, o Cruzeiro poderia ter goleado antes do fim da primeira etapa.
O segundo tempo merece um parágrafo à parte. O Cruzeiro diminuiu o ritmo, cadenciou o jogo e começou a expor erros que mostraram para todos a necessidade que essa equipe ainda tem de melhorar em alguns aspectos. A exaustiva subida pelo lado direito do campo não era eficaz, Marquinhos Gabriel – que vinham fazendo boa partida – ficou perdido na marcação do adversário e desapareceu, sendo substituído. Robinho idem. Até mesmo Dedé vinha falhando na defesa, cena rara de se ver.
Na iminência de tomar o empate, o Cruzeiro fez aquilo que sabe fazer de melhor atualmente: segurou o resultado, se aventurou pouco ao ataque e se mostrava satisfeito com o 1 a 0. No último minuto, a substituição que ilustrava a ideia de que o objetivo ali era segurar a vitória pelo placar mínimo, acabou resultado no segundo gol. No último lance da partida, Jadson (que entrou no lugar do Rodriguinho) recebeu passe açucarado de Fred e guardou.
Na fase de grupos da Libertadores, o que importa é a vitória. Isso é um fato que não precisa de ser repetido, mas depois de tantos anos enfrentando grupos difíceis na competição, o que se espera do Cruzeiro em um grupo fácil como esse é que as vitórias apareçam naturalmente. A possibilidade de se realizar a melhor campanha é algo que deve ser sempre considerado como objetivo principal.
Mas se o jogo em si não agradou, tivemos motivos para acreditar que a tendência natural desse time é ficar cada vez mais forte. Fred foi o homem do jogo, além das duas belas assistências, fez um gol (mal anulado) e comandou o ataque. Rodriguinho vive fase iluminada e ter um potencial decisivo desses é ter um fator determinante para quem busca ser campeão. Utilizar Lucas Romero e Henrique juntos ainda gera alguns ruídos, mas continuo vendo com bons olhos uma dupla de volante que se preocupa mais com a contenção e deixa os homens de frente jogar com mais liberdade.
Enfim, uma vitória justa e que traz ensinamentos. 6 pontos, liderança isolada do grupo B e mais um jogo sem sofrer gols. O Cruzeiro vive seu melhor momento do ano e tem potencial para crescer ainda mais!