Praticamente perfeito nos desarmes. Antecipa sempre. Ganhar dele na corrida? Praticamente impossível. Bola aérea? Tira todas. Parece um jogador profissional atuando contra jogadores sub-20, tamanha a facilidade com que joga futebol. Parece que estamos falando de um zagueiro perfeito, e é quase isso mesmo. Estamos falando de Anderson Vital da Silva, o Dedé.
Foram quase 3 anos de inatividade, mas o ”Mito” está de volta. E como se nunca tivesse parado.
Para quem vê Dedé sobrando em campo em todos os jogos que disputa, é difícil acreditar que foram quase 3 anos no DM desde a lesão sofrida no final de 2014. Entre cirurgias e tentativas de retorno, foram apenas 12 jogos nos últimos 3 anos. Mas isso ficou para trás. Em 2018 o zagueiro está voando e é seguro dizer que é o MELHOR ZAGUEIRO ATUANDO NO BRASIL (com ou sem clubismo, não importa. É um fato).
”AH, MAS VOCÊ ESTÁ DOIDO, JÁ OUVIU FALAR DE PEDRO GEROMEL?” – Já sim, é o 2º melhor zagueiro do Brasil. E vou falar agora o porquê disso. Vamos analisar a mais importante competição de 2018, a Libertadores. Tanto Dedé quanto Geromel, disputaram 4 jogos cada um. Os números são os seguintes (fonte: SofaScore):
Dedé
- Cortes – 27 (6,75 por jogo)
- Finalizações Interceptadas – 4 (1 por jogo)
- Interceptações – 3 (0,75 por jogo)
- Desarmes – 5 (1,25 por jogo)
- Duelos Ganhos – 25 em 35 (71,4%)
- Perda de Posse da Bola – 3 (0,75 por jogo)
Pedro Geromel
- Cortes – 24 (6 por jogo)
- Finalizações Interceptadas – 2 (0,5 por jogo)
- Interceptações – 8 (2 por jogo)
- Desarmes – 5 (1,25 por jogo)
- Duelos Ganhos – 17 em 24 (70,8%)
- Perda de Posse da Bola – 2 (0,5 por jogo)
Os números são bem parecidos, mas aí entra o ”pequeno detalhe” que o Dedé vem de uma inatividade de 3 anos! E voltou aos gramados com o rendimento de Pedro Geromel (até superior em alguns quesitos), considerado por muitos o melhor zagueiro em atividade no país nos últimos 2 anos. Só imagine quando o zagueiro celeste atingir seu ápice físico/técnico durante a temporada, apenas visualize. Pois é!
Futebol não é só número, eles podem até enganar em alguns casos. Mas no caso do Dedé, servem para comprovar o que vemos durantes os jogos: é muito acima da média. Força, velocidade e poder de recuperação superiores ao zagueiro do Grêmio. É um craque da posição. Dedé poderia facilmente estar num time grande da Europa senão fossem as lesões que o tiraram de combate por quase 3 anos.
Quando foi contratado em 2013 como a contratação mais cara da história do Cruzeiro Esporte Clube, Dedé era o melhor zagueiro do país. E não foi à toa que o Cruzeiro esperou 3 anos pela sua recuperação. Foi campeão (jogando) de 2 campeonatos brasileiros e 2 estaduais com a camisa azul e branca. O peso na consciência de ter duvidado que voltaria em alto nível eu nunca tive.
voltou jogando no mesmo nível de 2013 e 2014, quando foi bicampeão brasileiro
Em 2018, o zagueiro Dedé disputou 13 jogos. E em todos, com atuações de gala, sendo dos melhores (ou melhor) em campo. Fez o gol que garantiu a primeira vitória e 3 pontos importantíssimos contra o Botafogo na rodada 4 do Brasileirão 2018. É um monstro sagrado numa posição de extrema importância em um time que por opção do treinador joga de forma reativa (abre mão da posse de bola para sair em contra-ataques), ou seja, é necessário uma defesa muito sólida. Com Dedé, a defesa do Cruzeiro é um pesadelo para qualquer adversário, se o ataque conseguir passar por ele, tem só o Fábio no gol. Pouca coisa.
A resposta para o título? É verdade. E essa verdade também é um ”Mito”. ”O Mito” voltou, apenas apreciem e contem para seus filhos e netos daqui uns anos quem era Anderson Vital da Silva, o Dedé. Para mim, o melhor zagueiro que vi jogar com a camisa celeste até aqui.
Foto: Vinnicius Silva/Cruzeiro E.C – Fonte: Site Oficial do Cruzeiro