Durante a coletiva de imprensa realizada na Toca da Raposa 2, em Belo Horizonte, nesta terça-feira (1º de outubro), o zagueiro Lucas Villalba falou sobre seu período no Cruzeiro, as primeiras impressões do comando técnico de Fernando Diniz e a expectativa de permanecer na Raposa. Questionado sobre as chances que vem tendo como titular, o zagueiro aproveitou para valorizar as oportunidades e destacar que essa era sua ambição desde a sua chegada:
“Não sei se alguém se lembra quando eu cheguei que falei no início era chegar, seguir melhorando, apesar de ter 29 anos, e aproveitar tudo que seja possível. Agora na chance de jogar na zaga e entrar desde o início tento fazer o melhor possível, jogar com confiança e fazer tudo que o professor pede. Estou feliz, trabalhei calado, treinei e esperei a oportunidade, independentemente de tudo. A ideia aqui é o grupo, a equipe, quem estiver jogando tem que ser apoiado.”
O defensor está cedido por empréstimo pelo Argentinos Juniors, da Argentina, até o final de dezembro deste ano. Após o término do acordo, o clube mineiro terá a possibilidade de adquirir o atleta por um valor fixado em 800 mil dólares (equivalente a R$ 4,3 milhões na cotação atual). Há uma expectativa positiva para sua permanência, mas o zagueiro prefere manter o foco nos próximos jogos:
“Estou tentando focar nos jogos, na possibilidade de jogar e aproveitar o máximo possível porque isso é que vai aproximar as coisas (de continuar no clube), temos tempo ainda. Estou pensando mais no jogo contra o Fluminense do que nesse assunto. Agora só tento focar no próximo jogo, aproveitando essa possibilidade e fazer o melhor possível para conseguir permanecer.”
Villalba teve um início lento no Cruzeiro, mas aos poucos conquistou seu espaço na fase final da gestão de Fernando Seabra, firmando-se de vez com a chegada de Fernando Diniz. Sob o comando do novo técnico, ele foi titular nos dois empates recentes, contra o Libertad e o Vasco. O zagueiro reconhece que o início não foi como ele esperava, ficando na reserva de Zé Ivaldo e João Marcelo, mas destacou o foco em seguir trabalhando para buscar seu espaço já que a oportunidade no Cruzeiro é para ele como “estar na Europa”:
“Me preparei para chegar a essa oportunidade. O início não foi como eu pensava, mas faz parte do processo conhecer outro ambiente, novos adversários, todo um conjunto, mas sempre tendo autocrítica no meu jeito de jogar. A verdade é que me preparei muito para chegar aqui, me custou muito, por isso tentei sempre trabalhar da mesma forma, treinar e aproveitar cada oportunidade que tive. Seja entrando como reserva ou jogando do início, para mim essa é minha Europa. Por não ter cidadania (europeia), por já ter uma idade que já passou para chegar lá, vou tentar fazer o melhor possível, seguir enfrentando rivais importantes. No Brasil tem muitos jogadores que até pouco jogavam na Europa, não lembro de outro ano onde o torneio brasileiro tem tantas estrelas que não sejam brasileiras, então é aproveitar para também se testar até onde pode chegar. Essa sempre foi minha ideia estar preparado para quando tivesse essa chance.”
Villalba destacou sua experiência como lateral-esquerdo e como utiliza essa bagagem na posição de zagueiro, buscando ser prático na saída de bola. Ele mencionou a importância de aproveitar os espaços oferecidos pelos adversários, especialmente com os jogadores rápidos do time, como nos jogos contra Libertad e Vasco. O atleta ressaltou ainda a necessidade de assimilar rapidamente as ideias do novo treinador e colaborar para o sucesso da equipe.
“Joguei muito tempo de lateral esquerdo também e iniciei jogando nessa posição. Tentei misturar essa zona de defensor agora como zagueiro, tendo essa responsabilidade que não é da posição, tentando ser a saída que é algo que gosto muito, com consciência de quando puder sair jogando, ser prático. Se o time rival dá espaço temos que aproveitar, temos jogadores rápidos do meio pra cima e temos momento para aproveitar, como aconteceu contra Libertad e Vasco. É absorver rápido a ideia do treinador, facilitar e ajudar não só o treinador como o time em geral. Aqui tentaremos todos aproveitar essa possibilidade e fazer nossa ideia também.”
Questionado sobre as diferenças que notou entre Seabra e Diniz, o zagueiro comentou que, apesar do curto período de uma semana de treinos, já notou semelhanças entre os estilos de Fernando Diniz e Fernando Seabra. A principal diferença, segundo ele, é que Diniz foca mais em manter a posse de bola, enquanto Seabra priorizava sair tocando com mais rapidez entre defesa e o ataque. O zagueiro também falou sobre a possibilidade de atuar como volante:
“Temos uma semana de treino, acho que é pouco tempo para conhecer diferenças, mas eles possuem características semelhantes. A ideia de Diniz é jogar da mesma forma que o Seabra queria, só que antes tínhamos mais velocidade e a ideia agora é segurar mais a bola, ter mais saída, mas as duas formações são válidas, cada treinador tem sua ideia e isso se respeita. Acredito muito na ideia dos dois Fernandos, e com respeito a pergunta, tive um treinador no Argentino Juniors e joguei um tempo (de volante), jogando numa saída de três e com a bola, eu jogava no meio e quando perdíamos voltava pra uma linha de três, fazendo dois movimentos. Também joguei no Tucumán em 2016, mas não jogando fixo e sim com movimentações.”
Por fim, Villalba falou sobre a expectativa de retornar à Argentina, agora para enfrentar o Lanús pela semifinal da Copa Sul-Americana:
“Lanús pelo que conheço é um rival difícil, tirando os cinco grandes que a argentina tem, Lanús, Argentino Jrs., Vélez e até o Belgrano são rivais que se preparam para quando tem essa possibilidade de jogar torneios internacionais de estarem a altura. Não faz muito tempo jogaram uma final com o Grêmio. Vai ser difícil, possuem jogadores com experiência, outros que voltaram dando uma ideia de ganhar. Não vai ser fácil, é um jogo de 180 minutos, é fazer um bom jogo aqui e como jogamos com o Libertad, buscar o máximo sempre indo passo a passo.”