VIROU CASO DE POLÍCIA?

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Foto: Twitter

Então…

O vice presidente executivo de futebol do Cruzeiro, Itair Machado, deu a seguinte declaração para para o site GloboEsporte.com.

“- O Cruzeiro vai priorizar fazer acordo para tirar dívida da Fifa, fazendo acordo com o Defensor e o Atenas, desde que eles aceitem o valor real. Por exemplo, 4 milhões de dólares no Latorre. A gente sabe que foi rolo, tem alguém levando isso. Tem alguém pagando propina no meio de venda. O Cruzeiro vai pagar o valor real, que seria um preço embutido no Arrascaeta. É a proposta que o Cruzeiro vai fazer. Se o Atenas não aceitar, o Cruzeiro vai procurar o órgão internacional para fazer a denúncia dessa venda. Você não pode comprar um cara que não é jogador por 4 milhões de dólares.”

Pelas palavras, o caso seria mais sério do que qualquer pessoa poderia imaginar. O dirigente afirma que La Torre não seria jogador de futebol profissional e teria sido vendido como se fosse, o que, em tese, poderia ser tipificado como fruto de possível falsidade ideológica.

Ainda na mesma entrevista, o dirigente sugeriu mais algumas irregularidades que aconteceram na negociação:

“- Tem elementos. Pelo rendimento dele, o cara nunca jogou em lugar nenhum. “Ah, mas jogou na seleção de base do Uruguai”. Do jeito que esses empresários lá são, podem ter feito manobra para ser convocado. O jogador não vale (4 milhões de dólares). Na época, se fosse uma aposta, era 500 mil dólares. Então, tem 3,5 milhões de dólares sobrando no ar. O Cruzeiro vai negociar. Se o Atenas quiser receber fora da Fifa, nós vamos fazer uma proposta e pagar à vista. E a questão do Defensor, a dívida é pequena, é 980 mil euros (R$ 4 milhões). O Cruzeiro também vai fazer proposta para abater os juros e pagar à vista. Então a prioridade do Cruzeiro, com esse dinheiro (da venda de Arrascaeta), é pagar dívida. Cruzeiro não está preocupado em usar esse dinheiro para montar o time.

Com essa declaração, o dirigente sugeriria, em tese, que o Cruzeiro teria sido vítima, também, de estelionato e até mesmo supressão de documento.

Na época da contratação do Arrascaeta e consequentemente a do La Torre, os dirigentes envolvidos na negociação eram: Gilvan, Beneci e Valdir Barbosa. Todos com uma bagagem de longos anos no futebol. Será que eles seriam enganados por empresários?

Vale lembrar que toda transação também passaria pelo departamento jurídico do clube (que é o mesmo daquela época até hoje) e este, em tese, deveria checar a validade de todos os documentos e informações antes de passar aos mandatários do clube se o negócio teria ou não lastro jurídico para se concretizar. Se o negócio se concretizou, em tese, este relevante departamento deu seu aceite expresso.

As falas do Vice-Presidente foram pesadas e sugerem uma série de questões muito sérias e que extrapolariam o campo desportivo, descambando, até, para a área criminal.

Itair teria sido bem claro em insinuar que alguém teria levado propina para efetuar o negócio. Quem? Ou quais pessoas?

Pela fala dele cabe a abstração de que a questão do La Torre deixaria de ser um imbróglio entre clubes e a FIFA, e passaria, também, a virar caso de polícia.

As acusações feitas por Itair Machado são seríssimas e agora vão ter que ser esclarecidas, os torcedores precisam saber a verdade sobre toda essa negociação. E que os culpados… recebam as devidas punições, acaso as denúncias se confirmem.

Vale lembrar, antes de tudo, que a imputação de falso crime também é passível de responsabilização civil e criminal. Se as acusações não tiverem fundamentos, a pedra passaria a ser vidraça…

À torcida só restará aguardar o desfecho jurídico decorrente dessas graves acusações ao invés de se preocuparem com quem vai fazer gols, que jogador vestirá a camisa 10, e coisas ligadas apenas ao campo de jogo…

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