FOTO: BRUNO HADDAD / FLICKR OFICIAL / CRUZEIRO E.C.
O discurso é verdadeiro, mas já está ficando batido. Sim, é necessário paciência, existem problemas internos, problemas de ordens físicas e situação é atípica. Mas isso não blinda ninguém de críticas sobre o que vem sendo feito. A vitória do Cruzeiro por 2 a 1 sobre o Uberlândia apresenta lições importantes que precisam ser assimiladas por todos, principalmente pelo técnico Adilson Batista.
A começar pela defesa. Cacá não era o problema. Inclusive, individualizar erros não é o caminho para a solução. Léo também não está bem e não merece vaga cativa, mas parte dos problemas defensivos se deve muito à postura tática e uma falta de padrão notória do time. Os gols que o Cruzeiro vem sofrendo vão além da desatenção, passam por um sistema que expõe a defesa desde o meio de campo.
No ataque, a fonte criativa do Cruzeiro (Maurício) segue preso à ponta direita e limitando sua atuação. É o momento de não ser tão pragmático e apostar mais no que pode vir a dar certo. Mesmo que expectativas sejam quebradas, é o momento de ousar, fazer diferente. Se Everton Felipe não vem correspondendo, Caio vem entrando bem e dando dinamismo. Repito: hora de ser menos conservador e ousar.
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Disse no twitter e repito aqui: Adilson tem culpa. E ponto. É culpado por muitas decisões erradas, por não ter encaixado um padrão de jogo até hoje, por insistir com jogadores que claramente comprometem o esquema – caso de João Lucas, por exemplo. Mas entre os erros do técnico e cobrar sua saída acreditando em uma melhora imediata e milagrosa, como se todos os problemas exclusivamente passassem por ele, há uma gritante diferença.
Não sou dono da verdade. Não sei se de fato uma troca de técnico, agora, seria bom. Reformular um trabalho que não teve nem base (com o perdão do trocadilho) poderia ser até mais prejudicial. Não me parece racional. Mas não me oponho a uma troca de técnico caso avaliem que um outro nome seja capaz de fazer algo melhor do que o que vem sendo feito – só não consigo visualizar isso agora. O “trocar por trocar” não me agrada.
Enfim, hoje tivemos de positivo um ataque muito mais móvel e com confiança graças a entrada de Marcelo Moreno. Maurício se entendeu bem com o centroavante boliviano. De negativo, toda a postura do time, que se perdeu após ter a chance de controlar o jogo e se não saiu com o empate porque Fábio fez o que vem fazendo há muito tempo: salvar o Cruzeiro.
Hora de sentar e conversar. Alinhar as ideias. O próximo jogo, pela Copa do Brasil, é de extrema importância para as pretensões do time ao longo do ano e representa muito financeiramente também. Adilson precisa ter isso em mente. O conselho gestor também.