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Cruzeiro

Zé Ricardo classifica vitória sobre Bahia como merecida e destaca esforço dos atletas

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O técnico Zé Ricardo falou após o triunfo do Cruzeiro por 3 a 0 sobre o Bahia, pela 29º rodada do Campeonato Brasileiro, em partida que marcou a primeira vitória da equipe na temporada atuando no Mineirão. Em exibição sólida da equipe, a Raposa novamente mostrou muita entrega e organização para superar o adversário que vinha de três vitórias consecutivas. O treinador celeste destacou a preocupação com a condição física dos jogadores e elogiou a disposição da equipe, classificando a vitória como merecida:

“Realmente era uma questão que preocupava (desgaste físico). Não pela capacidade de recuperação dos atletas, mas uma junção de fatores. Um jogo que nos desafiou muito domingo. Uma equipe muito veloz que é a do Bahia, que gosta de jogar com as transições. Um árbitro que gosta de fazer o jogo andar, então tudo isso poderia tirar um pouco da nossa estratégia, que era em alguns momentos pausar o jogo e baixar um pouco as linhas para jogar nas costas da defesa do Bahia. Nosso grupo foi muito bem, tivemos essa preocupação nos dois dias de recuperar os atletas. Trabalhamos muito com vídeos, informações e fomos a campo apenas para trabalhos táticos, posicionamento e bola parada. A vitória foi merecida, tivemos chances claras no primeiro tempo.

“Os primeiros minutos do segundo tempo foram difíceis”

“Os primeiros minutos do segundo tempo foram difíceis, o Bahia aumentou o ritmo, dobrando principalmente no nosso lado direito em cima do William, desgastando o Matheus Pereira. Uma equipe bem treinada que vem numa sequência de três jogos. Isso dá pra gente a confiança de que podemos ter nesses dois jogos como parâmetro linear e sempre temos coisas para melhorar.”

Confira outros trechos de destaque da coletiva:

Pontos positivos em relação a vitória no clássico e oportunidades para o garoto Fernando

“Sobre a questão do ataque, sempre batemos no equilíbrio de todos os setores. Faltava alguma coisa, criar oportunidades e ser mais efetivo. Hoje tivemos muitas oportunidades, tivemos campo para jogar nas costas da defesa do Bahia que era uma expectativa se saíssemos a frente. Estabelecemos uma postura em metade do campo, as vezes em bloco médio, em outras tentando subir. O Marcos Felipe é u mdos jogadores que mais faz ligações em cima do Everaldo com taxa de sucesso grande. Se a gente pressionasse de qualquer maneira correria o risco de ficar mais espaçada. A ideia foi ter uma equipe mais compactada, fechar o centro do jogo porque ali poderíamos iniciar nossas manobras de transição ofensiva.”

“Sobre o Fernando, é um jogador que a gente tem muito cuidado e carinho com ele. É um jogador que estamos estimulando bastante as questões de ritmo de jogo. A tendência é com a competição de desenrolando, a gente tendo cartões como o do Machado hoje, tanto Ian quanto Fernando que jogam nessa posição, utilizá-lo mais. O Lucas fez um sacrifício grande, não treinou nos últimos dois dias tentando recuperar da dor que vinha sentindo na panturrilha. Fez um grande primeiro tempo e que entediamos que podíamos perder ele pra frente fizemos a substituição. O Machado pelo amarelo também, e aí promovemos a entrada do Ian e do Fernando. Com carinho vamos dar oportunidades a eles no momento certo.”

Se encontrou a formação ideal com os três volantes:

“Pela ausência de um nove de característica, temos usados alguns jogadores por ali. Estão muito solícitos ali. Já trabalhamos com Nikão, Wesley, hoje foi o Arthur no início do jogo. O Bruno Rodrigues é um jogador incansável, que se doa muito pela equipe, sabe pressionar um ou dois jogadores, deixando sempre uma bola por dentro. Nem sempre ele vai roubar a bola, mas dar o gatilho para organizar a equipe e retomar a bola. O Papagaio foi para o sacrifício contra o Atlético, ainda está sentindo umas dores no local, como conseguimos abrir 2 a 0, talvez se o Bahia tivesse feito o gol a gente poderia utilizá-lo. Sobre a formação ideal, a ideia é que eles tenham isonomia nas informações, da maneira que jogamos. Hoje o que mais me deixa satisfeito é que os jogadores estão mantendo o ritmo. O Kaiki entrou no jogo passado e deu conta, no jogo anterior jogou numa posição diferente, mudando a característica. A mesma coisa com o Ian quando entrou contra o Flamengo, o Nikão e o Matheus Pereira acabam utilizando a mesma função, hoje queríamos dar um pouco mais de condição do Matheus jogar as costas dos volantes do Bahia. Ele tem a qualidade no domínio, em deixar o companheiro na cara do gol. E o Nikão entrando fazendo a função que vinha fazendo de compor pelo lado direito, dando um pouco mais de liberdade pro William saltar a marcação. Está sendo muito grato o nosso dia a dia. Os resultados não estavam acontecendo e esperamos que essas duas vitórias nos deem mais confiança para que a gente possa seguir nessas nove finais que temos pela frente.”

Retorno da concentração antes dos jogos:

“A gente não tem um protocolo tão fechado que não possa flexibilizar. O que a gente entende é que agora vamos estar em 40 dias finais da competição com nove jogos. Como a exigência foi muito grande não só contra o Flamengo mas também o Atlético-MG, a gente entendia que estar mais próximo na questão nutricional e de hidratação poderíamos tirar um pouco a diferença. O Bahia tinha 24 horas a mais de recuperação. Quando a gente treina de manhã, libera os atletas a tarde para ficar com a família e pede para que eles cheguem só para janta, se tiver que fazer uma dinâmica como fizemos nesses dois últimos jogos, teremos eles mais próximos e concentrados. Os atletas gostam nesse momento estar mais próximo um do outro, a conexão pode ser levada para dentro do campo. Temos visto isso, um grupo de muito caráter, que trabalha demais. Parabenizar novamente o grupo e celebrar hoje, que vem daquilo de quando se traça um objetivo e ele é cumprido.”

Atuação do Matheus Pereira e trabalho da nova psicóloga do Cruzeiro

“O Matheus é um jogador que acreditamos ser de suma importância pela qualidade que tem. É um jogador com características próximas do Nikão, de meia. Chegando aqui fui buscar os vídeos dele no Al Hilal e também na sua estreia. Infelizmente jogou pouco, e vi que numa estrutura de três homens por dentro, atuar mais aberto, tendo a cobertura de um dos meias. Dali ele partir de fora pra dentro pra ser um cara para pegar um espaço ali nas costas dos volantes adversários, perto do gol onde tem capacidade. Ele vem me surpreendendo porque sem bola cumpre muito bem, fazendo um esforço pra buscar sua melhor condição física. Temos cinco, seis dias para o confronto contra o São Paulo e esperamos que ele esteja melhor ainda. Acho que ele pode atuar nas duas funções, tanto aberto quanto por dentro por ter a condição de se aproximar do atacante e se tiver espaço vai criar dificuldade pro adversário e coisa boa pra gente.”

“Sobre a Maíra, a nossa nova psicóloga, foi uma alegria para mim. Soube quando cheguei aqui que o departamento de saúde vinha buscando um profissional para essa função. Foi feito um processo de seleção assim como foi feita comigo. Minha indicação foi para que o clube tivesse mais um ano e para minha alegria ela foi aprovada e está com a gente. É uma função que acredito demais em todos os clubes que trabalhei. Sempre procurei indicar porque a psicologia esportiva é muito pontual para que algumas situações e acho que o Cruzeiro ganha muito com a vinda dela e certamente teve sua parcela de contribuição reconhecida pelos próprios atletas, tanto na sua chegada antes da partida contra o Flamengo, como agora nessas duas partidas que fizemos seis pontos.”

A Raposa chegou à 37 pontos, abrindo sete em relação a Santos e Vasco, 18º e 17º, respectivamente, que possuem um jogo a menos. A equipe chegou a 12ª posição, na zona de classificação para Sul-Americana. Com o jogo do Fortaleza adiado devido a final da Sul-Americana por parte do Leão no próximo dia 29, a Raposa só volta a campo em sete dias, quando encara o São Paulo no Morumbi, às 20h, na quinta-feira (02/11).