
O Cruzeiro foi derrotado pelo Coritiba, na Vila Capanema, pela 34ª rodada do Campeonato Brasileiro. A derrota contra um adversário virtualmente rebaixado é dura para Raposa e devastadora em termos de tabela. O pior ainda aconteceu nos acréscimos do jogo, após o gol marcado por Robson em favor do Coxa. Os torcedores do Cruzeiro, posicionados no setor destinado a eles, tomaram a iniciativa de invadir o campo, não para celebrar, mas para agredir os próprios jogadores do time.
O cenário se tornou ainda mais surreal quando torcedores do Coritiba, indignados com a invasão, também decidiram adentrar o campo, transformando a Vila Capanema em um campo de batalha literal. As cenas chocantes de violência foram capturadas pelas câmeras de televisão, ecoando por todos os cantos do país através das transmissões esportivas.
A partida retornou após longo período de espera para que fossem disputados os seis minutos finais. Com a derrota, a quinta do Zé Ricardo a frente do Cruzeiro, o treinador falou rapidamente na coletiva e destacou o alto grau de nervosismo que envolvia o duelo, criticando o nível técnico principalmente no primeiro tempo e lamentando as chances perdidas pelo Cruzeiro:
“Foi um jogo de um grau de nervosismo muito grande, a tensão estavam explícita para as duas equipes. Por mais que a gente tenha tentado tirar essa ansiedade, é natural pela situação que está, assim como o Coritiba, sabia que era uma partida importante pra gente. O jogo no primeiro tempo foi tecnicamente abaixo. Perdemos algumas oportunidades na bola parada ofensiva e defensiva não fomos bem. Segundo tempo deu uma melhorada, conseguimos reposicionar a nossa saída de bola e chegada no ataque, tivemos oportunidades. Uma bola na trave com William, uma chegada forte com o Matheus que acabou perdendo o gol. Chegamos a fazer um gol anulado por milímetro. No final do gol sabíamos que seria tenso, as duas equipes precisando vencer e na bola parada sofremos o gol. Derrota dura pra gente. Precisamos recuperar porque realmente foi um resultado que trabalhamos para sair com os três pontos, em algum momento parecia que estava perto esses três pontos e agora é recuperar os atletas. Depende só a gente e precisamos evoluir bastante nessa reta final.”
Questionado sobre tentar algo de novo nas seis rodadas finais para evitar o pior, o técnico discordou de que estava fazendo “as mesmas coisas” e explicou as mudanças que foram feitas na equipe para o jogo deste sábado:
“Não estamos fazendo a mesma coisa. Hoje a equipe teve a formatação em campo diferente. Trouxemos o Bruno para uma posição que ele se sente mais agradável. Teve a volta do Papagaio, o Nikão como um quarto meio campo para ter o controle do meio campo. A vinda de dois laterais foi porque perdemos o Fernando Henrique no choque que teve no joelho, e na última hora trouxemos o Wesley porque entendia que se tivesse no jogo precisando de uma ala um pouco mais forte, poderia ser com ele ou com Palacios mais defensivo. Tivemos a infelicidade de perder o Lucas. Acredito muito nos atletas, são jogadores muito compromissados. Tenho certeza que vamos dar a volta por cima.”
Confira outros pontos da coletiva:
Se o jogo deveria continuar ou não após a confusão:
“Como espetáculo, não tinha condição de voltar. Jogadores abalados, do Coritiba também. Poderia ter acontecido a favor da gente, porque havia uma tensão notória da torcida do Coritiba. Felizmente pra eles e infelizmente pra nós o gol foi anulado pelo VAR e poderia ser ao contrário. Tem que haver uma maneira disso não ocorrer porque é muito difícil até concentrar e retornar. Muitas coisas podem acontecer em seis minutos de futebol, mas da maneira como estava era muito difícil.”
Efeito psicológico após mais uma derrota, agora contra um adversário direto:
“Temos que se recuperar e se reinventar. Conseguimos num passado recente evoluir as equipes e ter boas vitórias. Depois mesmo uma derrota em São Paulo conseguimos jogar bem, fazemos um jogo contra o Internacional finalizamos bastante, a sensação é que a vitória estava próxima. Hoje foi uma partida que poderia ter rendido mais. A pressão é pra todos nós e esse é um aspecto que vamos tentar buscar reerguer. A competição está aberta, precisamos mostrar evolução o tempo todo e nesses seis jogos que faltam conseguir a vitória, começando pelo próximo lá em Fortaleza.”