Gilberto, de 34 anos, chegou ao Cruzeiro como uma das contratações de destaque. Assumiu a camisa 9 da Raposa com a expectativa de relembrar seu bom desempenho durante sua passagem anterior pelo futebol brasileiro, quando atuava pelo Bahia e marcou mais de 20 gols em três temporadas.
Contudo, desde sua chegada em Belo Horizonte, Gilberto não emplacou e vive altos e baixos. O centroavante não marca há quatro meses, vive um jejum de dezesseis jogos com a camisa celeste e vem convivendo com as críticas e desconfiança por parte da torcida. O jogador havia perdido a posição entre os titulares após a chegada de Rafael Elias, mas a contusão do atleta fez com que o experiente centroavante fosse titular nos dois jogos comandados por Zé Ricardo até o momento.
Contra o Santos, na vitória celeste por 3 a 0, o centroavante teve atuação discreta e foi substituído aos 14′ do segundo tempo, dando lugar à Bruno Rodrigues. A equipe melhorou após sua saída e seu substituto foi autor do segundo gol. Segundo o site de estatísticas Sofascore, Gilberto jogou 59 minutos e tocou 22 vezes na bola, deu uma finalização, acertou 10 de 13 passes, foi desarmado 6 vezes, sofreu duas faltas e venceu apenas 1 de 8 duelos.
Contra o Fluminense, Gilberto ficou em campo durante todo o primeiro tempo e foi substituído no intervalo. Foram 12 toques da bola, nenhuma finalização ou passe para chutes, acertou 3 de 7 passes, venceu 2 de 6 duelos disputados, sofreu duas faltas e perdeu a posse de bola 6 vezes.
A última vez que o centroavante balançou as redes pelo Cruzeiro foi em 14 de maio, contra o América-MG, pela sexta rodada do Brasileiro. A fase turbulenta vivida pelo jogador atuando pelo Cruzeiro é a segunda pior da sua carreira quando se faz um recorte das suas últimas dez temporadas. A pior temporada de Gilberto foi em 2016, quando atuou no primeiro semestre pelo Chicago Fire, da MLS, e não marcou gols em nove jogos. Retornou ao São Paulo em julho e marcou apenas duas vezes em 10 partidas. Antes de chegar à Raposa, o atleta atuou no Al Wasl, dos Emirados Árabes, marcando quinze gols em 31 jogos na temporada 2021/22.
Zé Ricardo justifica insistência
O Cruzeiro convive com um problema para o setor de centroavantes ao longo da temporada. A Raposa iniciou o ano com suas fichas depositadas em Gilberto, mas também passaram pelo time Matheus Davó, contratado junto ao Corinthians, e Henrique Dourado, que estava sem clube após retornar da China. Nenhum conseguiu se firmar e tiveram breves passagens.
Davó ficou marcado pela estreia diante do Athletic, no Mineiro, quando entrou e foi expulso. Totalizou apenas quatro jogos e foi emprestado ao Pafos FC, do Chipre, até metade do ano que vem. Henrique Dourado, o “Ceifador”, chegou para disputa da Série A e ser uma opção de mais força e presença de área. Contudo, suas atuações não convenceram. Marcou apenas um gol em treze jogos e rescindiu seu vínculo. Atualmente, está na Chapecoense.
Com poucas opções para colocar em campo devido a lesão de Rafael Elias, o técnico Zé Ricardo falou sobre a manutenção de Gilberto na equipe titular após a derrota para o Fluminense. Segundo o treinador, diante de um elenco curto como o Cruzeiro possui, utiliza o atleta por entender que seu sistema de jogo necessita de uma peça com as características que um camisa 9 apresenta:
“O Cruzeiro já vem apresentando alguns problemas com jogadores que com a sequência de jogos acabaram se machucando. Temos um elenco que conto com todos. Não temos outro camisa nove com a lesão do Rafael Elias. Insistimos com o Gilberto porque nosso jogo passa por um camisa 9. Tentamos o Bruno Rodrigues, não é sua posição original, tentei corrigir trazendo o Paulo Vitor para próximo dele para atacar os espaços, mas não foi suficiente. Conhecendo mais características do elenco, agora é estudar bem e ver quais atletas poderão se recuperar para montar a melhor equipe. O papel de todo treinador é recuperar o jogador, mas entendemos também que a torcida está cobrando. Imagina a angústia de um camisa 9 quando não consegue marcar, mas conto com sua experiência para não se entregar e continuar treinando porque as oportunidades aparecem.”
Zé Ricardo terá tempo para encontrar alternativas para resolver esses problemas. Até o confronto contra o América-MG, pela 25ª rodada, o treinador terá dez dias para preparar sua equipe. A partida será realizada no dia 1 de outubro. Após o confronto com o América, o Cruzeiro terá outro desafio importante contra o Cuiabá no dia 5 de outubro, em um jogo que teve a data alterada pela CBF devido à partida da Seleção Brasileira na Arena Pantanal, marcada para o dia 12. Após essa partida, a equipe terá um período de 15 dias sem jogos oficiais da Série A do Brasileirão.