Seabra destaca “conquista coletiva”, elogia Neris e comenta situação de Rafael Cabral

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O Cruzeiro venceu o Botafogo por 3 a 2 no Mineirão, de virada, e começou o Campeonato Brasileiro com o pé direito. Na coletiva após o jogo, o técnico Fernando Seabra iniciou sua fala enfatizando que a vitória foi uma conquista coletiva para todos no clube. Ele ressaltou que a dedicação e o esforço têm sido constantes, mesmo diante das limitações de tempo para abordar todas as necessidades. Seabra também destacou o progresso mental da equipe, observando que, apesar dos desafios enfrentados durante o jogo, a mentalidade permaneceu consistente do início ao fim:

“Uma vitória de todos. A taxa de trabalho dos jogadores e comissão técnica nesses cinco dias que estou no clube é muito alta. Pra cada jogo que vamos estamos sem trabalhar alguns aspectos importantes pela falta de tempo. Sobretudo a abertura dos jogadores para assimilar em fazer, a evolução mental nesse jogo, a gente foi o mesmo do início ao fim passando por adversidades e conseguindo se manter firme. Depois do último jogo sofrer o primeiro gol, responder, criar e virar contra um adversário qualificado, leva o empate e de novo se mantém firme e busca a vitória. Isso que é importante, a gente entender que algumas coisas são inegociáveis no nosso jogo, que é ter um equilíbrio posicional para defender e atacar, estar compacto para não sofrer muitos contra-ataques e quando isso é bem feito favorece a agressividade no jogo. (…) “

Quanto à situação de Rafael Cabral, Seabra começou destacando os atributos positivos do goleiro, incluindo seu caráter. Ele confirmou que existe uma negociação em andamento, mas deixou claro que é um assunto que está sob responsabilidade da diretoria do clube. Seabra expressou tranquilidade em relação à possível mudança e afirmou sua confiança no Anderson para assumir o posto, caso necessário:

“Primeiro de tudo, o Rafael Cabral é um excelente jogador, uma pessoa de caráter que trabalha muito. A gente tem todo respeito por ele e torce para que o melhor caminho aconteça. É uma questão da diretoria, uma negociação que está em curso e a diretoria vai trabalhar com o Rafael da melhor forma possível. Como é algo que influencia na tomada de decisão da sua vida profissional, a gente precisa respeitar e deixar a diretoria interagir para escolher o melhor caminho. Dei toda confiança no Anderson pois sabemos da sua qualidade e que poderia encarar o desafio. Eu na minha posição preciso ir pra soluções. Soube durante a tarde que surgiu uma proposta e durante isso está refletindo. É melhor que não venha para o jogo e está interagindo com a direção.”

Seabra elogiou a versatilidade de Rafa Silva, destacando sua capacidade de se adaptar em diferentes posições. Ele mencionou que optou por colocar o jogador como ponta direita para permitir que Matheus Pereira tivesse liberdade para centralizar-se mais à frente. Além disso, Seabra elogiou tanto a qualidade técnica quanto tática de Rafa Silva, reconhecendo suas contribuições significativas para a equipe.

“Rafa Silva é um centroavante versátil. No início usamos ele mais aberto, mas a medida que William e Ramiro pudessem avançar ele poderia ir mais para dentro. Vinha acompanhando com muito critério os atacantes e é uma decisão. O Papagaio poderia iniciar, mas entendo que ele seja mais de centro e optamos por usar o Pereira com mais mobilidade. Nessa linha de três que é o ponto de partida da estrutura, usamos o Pereira no centro e nesse sentido ficaria melhor para o Rafa Silva. Ele fez um grande jogo e se adaptou mesmo com dias de treino. Se ele não tem qualidade, ele não consegue em dois dias fazer o jogo que fez hoje. Eles fizeram acontecer e estão de parabéns.”

Seabra ressaltou a importância da utilização da base para o desenvolvimento do clube, porém, frisou que os jogadores provenientes dela precisam batalhar pelo seu lugar na equipe principal. Ele enfatizou que é fundamental que esses jovens atletas demonstrem seu valor tanto nos treinos quanto nos jogos, e que aqueles que conseguirem produzir e se destacar terão a oportunidade de jogar:

“Esse é um assunto importante pro clube. Os jogadores da base precisam lutar por espaço, e tendo competência vão fazer. Dentro desse processo de grupo de busca por espaço eles precisam ser colaborativos e competitivos, pois ajudam um nível como um todo a evoluir e a medida que eles tiverem demonstrando em jogo vão ganhando minutagem. Precisam entender que pra ganhar espaço precisa produzir nos treinos, e aqueles no jogo pelo que produzem no jogo. Todos que tiverem com um nível de produtividade interessante vão jogar, é simples assim.”

Seabra reconheceu a eficácia do Botafogo no jogo aéreo, elogiando essa habilidade da equipe adversária. Ele admitiu que teve pouco tempo para treinar especificamente esse aspecto, o que contribuiu para os gols sofridos nessa situação:

“Se a gente não tiver consistência no comportamento tático, vai sofrer. Uma fortaleza do Botafogo desde o ano passado decide jogos em bola aérea. A força física, estatura e qualidade de entrada dos jogadores do Botafogo. E além disso, tivemos muito pouca oportunidade de desenvolver bola aérea de um tempo de um jogo pra outro. No jogo anterior trabalhamos mais aspectos defensivos e ofensivos. Fomos objetivos, em fase de construção e quando pressionados tivemos mais dificuldade. Com esse tempo, toda qualidade de jogo vem do trabalho, sem tempo ela cai, não tem milagre. Vamos equilibrando, entregando um produto abaixo em cada jogo se tivesse condições normais de trabalho. Então nem terminamos de recuperar do outro jogo e já tem outro, é assim que funciona.”

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