Como Sampaoli pode enxugar o elenco

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FOTO: PEDRO SOUZA/ATLÉTICO

Quase cinco meses após o anúncio da contratação de Jorge Sampaoli, o Atlético voltará a campo no final de semana com um elenco diferente em relação ao duelo contra o Villa Nova. Patric foi para o Sport, Di Santo foi para o San Lorenzo, Zé Welison e Ricardo Oliveira continuam em busca de outros clubes. O empréstimo de Edinho deve ser anunciado nos próximos dias, enquanto Ramón Martínez e Lucas Hernández treinam com o time de ‘sparring’. De cara nova, o time de transição é uma reserva de emergência que não entra no cálculo de número de jogadores do elenco principal.

Como o Galo disputa apenas o Brasileiro no segundo semestre, a intenção do treinador argentino ainda é trabalhar com vinte e cinco atletas, meta difícil de ser alcançada. Atualmente, vinte e nove jogadores fazem parte do grupo principal. Seria possível chegar ao número desejado pela comissão técnica?

Sampa já sabe que não poderá contar com Diego Tardelli em 2020. Outra pedra no sapato do argentino é o número de estrangeiros à disposição. O sexteto Junior Alonso, Alan Franco, Otero, Cazares, Borrero e Savarino disputa cinco vagas, já que a regra da CBF permite que cinco estrangeiros sejam relacionados por jogo. A lista de gringos pode aumentar, pois o Atlético continua à procura de reforços no mercado sul-americano. Cazares vive os últimos meses de Atlético e sai em desvantagem por ter ficado de fora da intertemporada. Mesmo que não chegue outro estrangeiro, o Atlético também não fará esforços para segurar Romulo Otero em Belo Horizonte. Com salário de titular, o autor do gol da vitória no clássico contra o Cruzeiro atuou pelo time reserva no jogo-treino contra o América.

Além de Tardelli e Cazares, Gustavo Blanco corre por fora nos planos do chefe e um empréstimo seria difícil para quem não atua há mais de dois anos. Com reforços no setor, Blanco sabe que voltar a ficar entre os relacionados já seria uma vitória na carreira, no momento. Xodó da torcida, o possível retorno do volante já não empolga tanto o atleticano diante da incerteza de continuidade. Bruno Silva, atacante vindo da Chapecoense, em 2019, enfrentou lesões na base e continua em busca de uma sequência sem visitar o departamento médico. O atacante chegou a treinar com Sampaoli, mas tem feito atividades na academia em busca de fortalecimento muscular. Sem Tardelli, Bruno teria mais chances no setor ofensivo, desde que a rotina no DM fique para trás.

Nem só de compras vive o Galo de 2020. Alexandre Mattos revelou que será necessário fazer alguma venda para equilibrar o caixa na temporada. Guga, sempre presente nas convocações da Seleção Olímpica, é a principal moeda para as próximas janelas de transferência. A possibilidade de perder o jovem lateral fez o Atlético sondar Mariano como peça de reposição imediata, mas o desejo de Guga é encerrar o ano no Brasil. Com cinco zagueiros à disposição, Igor Rabello, que está próximo de obter o passaporte europeu, pode gerar cifras para o cofre alvinegro. Em caso de venda na defesa, não seria necessário ir ao mercado, pois o jovem Gustavo Henrique já treina com o elenco profissional há algum tempo.

A redução no grupo de jogadores faz parte também da estratégia de enxugar a folha salarial devido à diminuição de receitas causada pela pandemia da Covid-19 e a eliminação precoce da Copa do Brasil e Sul-Americana. Sem Tardelli e com frequentadores assíduos do departamento médico, a solução para chegar ao número desejado é a saída de algum estrangeiro e a negociação de um zagueiro, setor mais inflacionado na atualidade.

Elenco enxuto e chances de utilização de todo o grupo com a permissão para fazer até cinco substituições na partida, no estadual e no Brasileiro. Nos próximos dias, veremos quem foi aprovado no vestibular de Sampaoli e quem é carta fora do baralho para o argentino. Dá para enxugar ainda mais!

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