Cruzeiro e Atlético se enfrentaram na tarde deste domingo (7) em jogo válido pela finalíssima do Campeonato Mineiro de 2024. Com gols de Vital (Cruzeiro) e Saravia, Hulk e Scarpa (Atlético), o clássico da grande final terminou 3 a 1 para o Atlético, que se sagrou Campeão Mineiro de 2024. O Pentacampeonato do Galo!
O jogo ficou marcado por um primeiro tempo pegado, equilibrado, com momentos para ambos os times, mas que terminou com o placar em branco. A segunda etapa começou com o Cruzeiro marcando primeiro e ampliando sua vantagem, mas com o duelo dos técnicos estrangeiros no banco, Milito superou Larcamón na tática e conseguiu a virada.
A Raposa entrou em campo como mandante e um Mineirão lotado com mais de 60 mil torcedores ao seu lado e a vantagem de jogar pelo empate para conquistar o título estadual, que não vinha desde 2019. Para a partida, o técnico Nicolás Larcamón surpreendeu escalando Neris de titular e deixando João Marcelo no banco. Confira o 11 inicial:
Já no Atlético, Gabriel Milito escalou um time com apenas dois zagueiros de origem, deixando Lemos no banco e preenchendo mais o meio de campo, com a entrada de Alan Franco. Confira o 11 inicial:
O jogo
O jogo se iniciou como geralmente acontece numa final: jogo pegado, muitas bolas divididas e pouco espaço para a construção de jogadas mais trabalhadas, para ambos os lados. O Atlético é quem teve mais espaço para chegar ao ataque, com lançamentos longos que chegaram a Paulinho, aproveitando falhas da defesa do Cruzeiro. A Raposa tentava o gol, principalmente, com bolas paradas alçadas na área pelo camisa 10, Matheus Pereira.
Com mais controle da posse de bola, o Atlético cresceu no jogo e começou a aproveitar dos erros defensivos do Cruzeiro para pressionar e tentar reverter a vantagem. Hulk, principal nome do Galo, testava Rafael Cabral nas faltas batidas diretamente ao gol, enquanto nas jogadas trabalhadas Paulinho era o jogador mais acionado. Com pressão, restava ao Cruzeiro tentar sair no contragolpe, mas o time tinha muitas dificuldades de superar a última linha de marcação do rival.
Aos poucos, o jogo foi se equilibrando e o Cruzeiro, que tinha muita dificuldade em passar do meio de campo, viu seus jogadores de frente participarem mais em trocas de passes e melhorar. Matheus Pereira chegou a assustar o gol do Everson em falta batida rasteira, no momento em que o Cruzeiro era melhor na partida e o Atlético é quem tinha dificuldade de buscar seus homens de frente.
Um jogo bem equilibrado, com times dominando momentos diferentes do jogo, algumas chances criadas nos dois lados, mas que terminou em 0 a 0 no primeiro tempo.
Para o segundo tempo, as duas equipes voltaram sem alterações. O jogo voltou no mesmo ritmo do primeiro tempo, com marcação forte das duas equipes, com o Atlético buscando as bolas longas achando, enquanto o Cruzeiro buscava suas melhores alternativas na troca de passes, com a bola sempre buscando Matheus Pereira.
E foi numa roubada de bola no campo de ataque, que a bola achou Matheus Pereira na entrada da área, que com um cruzamento perfeito, achou Vital, que cabeceou com muita certeza para o gol de Everson: Cruzeiro 1 a 0 Atlético no placar.
Com o gol, o Atlético, que se viu na obrigação de marcar dois gols, aumentou a pressão e a marcação em cima do Cruzeiro. O time chegava com perigo, dessa vez buscando o controle da posse de bola e a construção de jogadas. A primeira substituição só aconteceu aos 16 do segundo tempo, com a saída do autor do gol, Vital, que se lesionou, para a entrada do zagueiro João Marcelo.
A resposta do Atlético veio aos 20 minutos. Saraiva aproveitou a falha de marcação e, como elemento surpresa, apareceu na área sozinho pra, de cabeça, empatar: Cruzeiro 1 a 1 Atlético e o time comandado por Milito com mais confiança. E aproveitando o melhor momento, Milito promoveu três mudanças no Galo: Scarpa, Vargas e Igor Gomes entraram para povoar o meio de campo e colocar o Atlético ainda mais ofensivo, nos lugares de Bruno Fuchs, Otávio e Battaglia, respectivamente.
Na pressão e com espaço, não demorou pra virada acontecer: cruzamento na área do Cruzeiro e bola desviada na mão de Lucas Silva. O árbitro foi ao VAR e revisou, marcando a penalidade máxima. Hulk foi para a batida e sacramentou a virada: Cruzeiro 1×2 Atlético aos 32 do segundo tempo e vantagem revertida, com o Atlético sendo campeão mineiro.
Para tentar recuperar o jogo, Larcamón promoveu três alterações: Gasolina, Barreal e Cifuentes entraram em campo, nos lugares de William, Neris e Lucas Silva, respectivamente. Milito respondeu instantaneamente, colocando em campo dois zagueiros para manter a vantagem: Igor Rabello e Mauricio Lemos, nos lugares de Saravia e Hulk, que saiu de campo sentindo dores. Logo após as mudanças, Dinenno chegou a marcar o gol do empate, mas estava em posição irregular, bem sinalizado pela auxilar. Larcamóin ainda colocou Rafael Elias em campo, no lugar de Arthur Gomes, buscando mais um homem de frente para pressionar a saída do Atlético.
Na busca por marcar de qualquer jeito, o Atlético ainda conseguiu dar o golpe final: em bola longa de contragolpe, Gustavo Scarpa ficou cara a cara com Rafael Cabral e fechou o jogo: Cruzeiro 1 a 3 Atlético!
Apesar das pressões nos minutos finais, o Cruzeiro não conseguiu correr atrás do resultado e retomar a vantagem, com o Atlético ficando com o título do Campeonato Mineiro de 2024 com um placar de 5 a 3 no agregado (2 a 2 no jogo de ida e 1 a 3 no jogo de volta). É o pentacampeonato do Atlético, algo que não acontecia desde os anos 80 (1978-82).
O que vem por aí…
Agora as atenções de ambos voltam para suas respectivas competições internacionais. O Atlético busca sua segunda vitória na Libertadores, na quarta-feira (10), contra o Rosário Central, às 19 horas na Arena MRV. Já o Cruzeiro busca se recuperar dessa derrota e também sua primeira vitória na Copa Sul-Americana, contra o Alianza, na quinta-feira (11), jogo disputado no Mineirão às 21h.