“Projeto Hulk” tem desafio em campo, nos cofres e no marketing para deixar o Galo mais forte

Compartilhe

IMAGEM: RAFAEL RIBEIRO/CBF

O Campeonato Brasileiro 2020 ainda não acabou, mas o mercado da bola já trabalha intensamente, mesmo que a janela de transferências esteja fechada para registro de novos reforços. Sem férias no calendário do futebol após o término do Brasileiro, os dirigentes não terão o mesmo tempo para compras, vendas e negociações arrastadas, como em outros anos. Na Cidade do Galo, um nome pode ser confirmado até o final de semana como primeiro reforço para a temporada 2021.

Hulk, atacante que deixou o Shangai SIPG, está em conversas adiantadas para vestir a camisa alvinegra. O acerto com o jogador seria um indicativo de que o Atlético continuará ativo no mercado, como aconteceu em 2020, quando Jorge Sampaoli coordenou uma grande reformulação no elenco após a eliminação para o Afogados, na Copa do Brasil. Apesar do número de jogadores contratados na temporada passada, nenhum carregava o status internacional que tem a carreira de Hulk. O atacante da Paraíba pode ser O CARA que faltou na equipe de Sampaoli, pela experiência e característica de jogo.

Após anos de apresentações pouco badaladas, o Galo volta ao período dos holofotes no mercado. Na última experiência, Robinho e Fred decepcionaram em anos com muita desorganização dentro e fora das quatro linhas. Muitos treinadores, nenhuma continuidade e um projeto frágil que não rendeu taças. Aos 34 anos, Hulk sempre se destacou pelo porte físico, característica que rendeu o apelido do herói da Marvel. Chegaria com o desafio de suportar a intensidade do time de Sampaoli e “chamar a atenção” de uma torcida chateada com o retorno frustrante de Diego Tardelli, descartado pelo treinador argentino. Pensando em um contrato a longo prazo, o peso da idade é uma incógnita, mesmo que o futebol brasileiro não tenha a mesma intensidade das grandes ligas europeias. Atletas oscilam o rendimento nessa faixa de idade e um semestre pode ser determinante para quedas drásticas de rendimento.

A missão é parecida com a de Daniel Alves, no São Paulo. Apesar da diferença nas carreiras de Dani e Hulk, o jogador do tricolor paulista se mostrou versátil no time de Fernando Diniz, passou a ser uma liderança na equipe e gerou grande impacto midiático no clube. O histórico do Galo não é dos melhores para uso de imagem dos grandes nomes. Não soube fazê-lo nem com Ronaldinho, dos maiores da história do esporte. O Atlético vive outros tempos, nova gestão, por isso a expectativa de que o trabalho seja diferente dessa vez, caso se concretize a contratação. Por ter deixado o país muito jovem, Hulk não criou identificação com outro clube brasileiro, o que facilitaria esse marketing sem desgastes. Com o rival da capital mineira em crise, vale também o uso da imagem associada ao herói para fisgar novas gerações.

Em 2020, dirigentes que sondaram o jogador receberam a proposta com salários próximos dos R$ 2 milhões mensais, o que teria assustado e encerrado o sonho de ver o atacante em Minas Gerais. Dessa vez, Marisa Alija, advogada de Hulk e Robinho, negociou valores que estavam pendentes entre Atlético e Robinho. Resolvido o assunto sobre o atacante das pedaladas, foi discutida a possibilidade da vinda de Hulk e passos foram dados em direção ao acerto entre as partes. Com Hulk, o Galo fica mais forte, caberá a Sampaoli saber usar essa força em campo.

Compartilhe