QUEM PENSA QUE VAI VENDER O SHOPPING?

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FOTO: BRUNO CANTINI/ATLÉTICO

O Deus Me Dibre já detalhou por aqui toda a movimentação nos bastidores do Atlético na semana de eleição das lideranças do Conselho Deliberativo (clique aqui para ler). Agora, Alexandre Kalil parece ter chutado o pau da barraca de vez após a saída de Rodolfo Gropen, homem de confiança do ex-presidente. Ao parabenizar Castellar Guimarães Filho e Rafael Menin, o prefeito da capital mineira aguçou a curiosidade dos internautas com outra postagem citando um possível interesse na venda do shopping Diamond Mall. “Quem pensa que vai vender o restante do shopping para pagar dívida… Esperem eu morrer! Kkkkkkkkk Acham que o clube é feito por dementes!” – escreveu Kalil.

Kalil repetia em entrevistas que estava distante do dia a dia do futebol e avesso às decisões dos dirigentes, desde a administração de Daniel Nepomuceno. A publicação no Twitter mostra o contrário, vemos alguém que ainda tem ciúmes da cadeira de presidente e que não pretende deixar a influência nos bastidores, mesmo no ano em que disputa a reeleição na prefeitura. A decisão de Sette em afastar pessoas de confiança de Alexandre incomodou o prefeito. Se vivemos anos sem entender o significado de oposição em Lourdes, o cenário pode mudar nos próximos meses.

Segundo Carlos Fabel, ex-diretor financeiro do Atlético, Sette Câmara chegou a contratar duas consultorias externas para fazer um diagnóstico financeiro e patrimonial da instituição. Fabel, que deixou o cargo na atual gestão, após dez anos de clube, se mostrou favorável à venda do restante do shopping para sanar dívidas. Se estava se referindo ao desejo de Sérgio Sette Câmara em negociar parte do patrimônio do clube, Kalil externou conflitos internos do Atlético que podem influenciar na eleição de presidente em 2020.

Essa não é a primeira vez que o Diamond é pauta em discursos de Alexandre. Em junho de 2009, o então presidente do Galo informou em entrevista coletiva que havia recebido uma proposta do grupo Multiplan para prorrogação do arrendamento do shopping por mais quinze anos. Kalil definiu a proposta como fundamental para o futuro do clube e o pagamento de dívidas. “O problema de esperar 17 anos é muito fácil para quem nunca chegou aqui e pagou uma folha de pagamento. O acréscimo nos próximos 30 meses representa uma receita de R$ 12 milhões por ano, ou seja, praticamente, um patrocínio máster”, disse Alexandre.

Dias depois, antes da votação acontecer no Conselho, aprovando ou não a prorrogação do contrato, Kalil encerrou o assunto, pois, segundo ele, o cenário havia se transformado em palanque para a oposição. Não seria a última ocasião em que o Diamond Mall seria citado pelo dirigente de declarações polêmicas. Em maio de 2017, Kalil afirmou ser favorável à venda de 50,1% do Diamond para possibilitar a construção da Arena MRV. “Se Shopping fosse bom, Real Madrid tinha, o Barcelona tinha, o Arsenal tinha. Se eles têm estádio, é porque estádio é melhor que Shopping”, resmungou o ex-presidente.

Se já foi favorável a negociações no passado, qual motivo teria pesado para a mudança de opinião de Alexandre Kalil na atualidade? Visão de outra perspectiva sobre o assunto ou apenas uma oportunidade para fazer barulho? Acho que sei que barulho é esse, é o som do gongo anunciando o primeiro round. A batalha começou?

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