Raio-x: acertos e pontos a evoluir no time de Sampaoli

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FOTO: BRUNO CANTINI / ATLÉTICO

Jorge Sampaoli e Lisca se encontraram pela terceira vez em dezenove dias. Assim como no jogo-treino, na Cidade do Galo, e no duelo pela 10ª rodada do Mineiro, no Horto, as duas equipes alternaram entre bons e maus momentos. Há uma semana da estreia no Brasileiro, é possível ter uma ideia de como serão os primeiros passos do Atlético na competição. Muito superior em relação ao Patrocinense, o Coelho dificultou a saída de bola, desde os pés de Rafael e armou contra-ataques rápidos, mostrando que é um dos favoritos para a série B.

Em quatro partidas, Sampaoli ainda não repetiu a mesma escalação. Na lista dos titulares deste domingo, o treinador alvinegro optou pela entrada de Jair na vaga de Hyoran. Se a intenção era sufocar a saída de bola do América, o volante, xodó da torcida em 2019, poderia cumprir o papel com mais eficácia. Com Jair dividindo o papel da marcação ao lado de Allan. Nathan pôde ficar mais no campo de ataque e passou parte da primeira etapa colado em Savarino.

Lisca sabe que o venezuelano tem sido o principal nome do Galo e decidiu reforçar a atenção da defesa em cima do atacante. Com Guga, Nathan, Savarino e Jair atraindo os holofotes na direita, Arana foi soberano na esquerda e Keno passou a receber a bola com certa liberdade. Foi do lado esquerdo que Marrony recebeu, cruzou e achou Nathan livre para empurrar para as redes. Lisca está há quase um mês estudando o Atlético, conseguiu anular Savarino, mas não estava pronto para a escalação com Nathan chegando ainda mais como elemento surpresa na área.

Nathan continua sendo o coringa no time de Sampaoli. Além de marcar nos três jogos após a retomada do estadual, alterna entre os lados do campo, auxilia na defesa e aparece para finalizar. O jovem meio-campista tem vivido dias de artilheiro e poderia ganhar ainda o status de garçom, se Hyoran e Marrony não desperdiçassem bons passes para finalização dados por Nathan.

Marrony repete o isolamento de Ricardo Oliveira, Di Santo e Alerrandro, sendo pouco acionado nos jogos. Quando teve a chance de ampliar o placar, perdeu de forma bisonha. A baixa concorrência no setor fará Sampaoli ter paciência maior com o garoto, apesar da necessidade de desatar o nó do homem de área. Guga também precisa entregar mais para o chefe. Mais uma vez, o lateral abusou dos erros na partida, foi substituído por Mailton e terá a concorrência de Mariano no setor nos próximos dias.

A maior pedra no sapato do técnico argentino é o desempenho do time no segundo tempo. Contra o América e Patrocinense, na primeira fase, e no jogo contra o Coelho, neste domingo, o ímpeto atleticano não foi o mesmo nos quarenta e cinco minutos finais.

O Galo não consegue continuar com a bola no chão para construir as jogadas de ataque e as substituições de Jorge Sampaoli não têm surtido o efeito esperado. Marquinhos conseguiu ligar os contra-ataques com velocidade e buscar a linha de fundo, mas Otero voltou a errar tudo que tentou. Ao analisar o desempenho na segunda etapa, Sampaoli viu o América melhor nos minutos iniciais, mas com rápida reação do Atlético.

“Saímos um pouco distraídos, mas, depois, nos 30 minutos finais, me pareceu que a equipe retomou, teve mais chances claras que no primeiro tempo e, lamentavelmente, não concretizou em gols, mas é parte da evolução. Quando reencontramos o jogo, voltamos a impor o ritmo, buscando o gol”, disse Sampaoli.

Mesmo com a vantagem no placar, o treinador descarta um perfil mais defensivo no jogo de volta, reforçando o perfil de equipe ofensiva prometido na coletiva de apresentação.

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