Sem intervalo entre competições, permanência de diretor pode fazer a diferença no planejamento para 2021

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FOTO: BRUNO CANTINI/ATLÉTICO

O Atlético tem se destacado nos últimos anos pela troca constante de técnicos. Desde a chegada de Diego Aguirre, em 2016, onze nomes comandaram o Galo em cinco temporadas. Entre contratações e demissões, o clube alternou perfis de trabalho como se não soubesse ao certo o que procurava. A dança das cadeiras não aconteceu apenas no cargo de treinadores. Desde o falecimento de Eduardo Maluf, dirigente que se destacou em Minas Gerais, não só pelo Atlético, seis nomes passaram pelo cargo de diretor de futebol.

Foram soluções caseiras, improvisos e apostas até a chegada de Alexandre Mattos, dono de um currículo que justificava a escolha, diante do discurso de que era o momento de começar a levantar taças. Campeão do Campeonato Brasileiro em 2013, 2014, 2016, 2018, foi vice em 2017, terceiro colocado em 2019 e conquistou a Copa do Brasil em 2015. Além dos títulos colecionou grandes transações dos atletas que se destacaram nos times campeões.

Apesar do presidente Sérgio Sette Câmara anunciar como o início de um projeto a longo prazo, após 287 dias no cargo, Mattos se vê novamente na briga por mais um título nacional e próximo de iniciar a disputa da Libertadores com uma forte equipe. Elogiado por Cuca como uma peça importante em todo o planejamento dos títulos do Palmeiras, a permanência do diretor daria tranquilidade a Sérgio Coelho em um cargo que tirou o sono dos presidentes nos anos anteriores.

Nos momentos de crise, Daniel Nepomuceno e Sette Câmara viram faixas e ouviram gritos de protesto nas arquibancadas do Horto e do Mineirão com os nomes de André Figueiredo, Alexandre Gallo e Rui Costa. Figueiredo ficou pouco mais de dois meses na função antes de retornar para as categorias de base, sendo substituído no futebol profissional por Domênico Bhering, diretor de comunicação. Quando tomou posse, Sette Câmara anunciou Gallo para o cargo, mas o ex-jogador saiu antes do primeiro ano de mandato terminar.

Além de treinadores interinos, Sérgio Sette Câmara optou por improvisar no cargo de diretor e oficializou Marques no posto até a chegada de Rui Costa, em abril de 2019. Diretor mais longevo desde a temporada 2017, Rui não resistiu à eliminação para o Afogados, pela Copa do Brasil, e foi demitido horas depois.

A pandemia da Covid-19 e a mudança no calendário do futebol nacional fará Sérgio Coelho assumir a instituição com as últimas rodadas do Brasileiro em andamento. Sem intervalo para o início das próximas competições, a solução será trocar as peças do time com o carro em movimento. Vendas, empréstimos, ida ao mercado para contratações, renovações ou dispensas, planejamento com o treinador, utilização de um time alternativo nas primeiras rodadas do estadual e logística para uma possível Libertadores. Peças demais para serem monitoradas enquanto o carro acelera cada vez mais; então o ideal é que não se troque o mecânico, nem o motorista. Se o presidente estará em processo de compreensão de tudo o que acontece no clube, que o Atlético tenha como diretor alguém que já sabe o caminho até as taças.

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