Sette Câmara cita interesses pessoais e políticos em guerra no Galo

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FOTO: PEDRO SOUZA/ATLÉTICO

Julho promete ser um mês intenso para o Atlético. Além do retorno do Campeonato Mineiro, o clube vive uma briga política nos bastidores envolvendo a atual diretoria, o Conselho Deliberativo e o ex-presidente Alexandre Kalil. Em ano de eleições, no Galo e na prefeitura da capital mineira, o embate pode interferir na aprovação do balanço financeiro 2019, reformulação do estatuto, Arena MRV e negociação de dívidas no futuro.

O principal grupo político do clube se dividiu há alguns anos. Sem o mesmo poder na instituição, Alexandre Kalil teria se sentido incomodado com as alfinetadas do atual mandatário em entrevistas e postagens na internet. Peça por peça, pessoas de confiança do ex-presidente, inclusive o filho, foram demitidas na atual gestão. A lista de conselheiros “eleitos” não teria sofrido influência do prefeito, dessa vez, o que poderia enfraquecer a ala de oposição para as próximas eleições.

Apesar de ter citado “Rubão” como amigo em entrevista concedida à Espn, Kalil viu a família Menin se aproximar de Sérgio e dividir as rédeas do Galo na temporada 2020. A rusga com Ricardo Guimarães seria ainda maior, o que culminou na saída do médico Felipe Kalil, filho de Alexandre. Tomar posse da caneta de presidente do Atlético pode ser um mero detalhe na briga que estaria com um foco além do futebol.

Na noite desta quinta-feira, Sette Câmara publicou no Twitter que o vazamento do balanço financeiro, atrasos nas obras da Arena MRV, entre outros fatores teriam acontecido com a intenção de tumultuar o ambiente no clube. Sérgio questionou quem seria beneficiado com as atitudes e disse que “o amor ao Galo precisa ser maior que os interesses pessoais e políticos”. Rubens Menin repostou a mensagem e complementou citando que “o Atlético pode estar vivendo um momento de ouro” e pediu paz.

Rafael Menin, vice-presidente do Conselho Deliberativo, convocou os conselheiros para uma reunião no dia 31 de julho. A intenção é aprovar ou rejeitar o balanço financeiro de 2019. Segundo Sette Câmara, Castellar Guimarães, presidente do Conselho, foi omisso “em designar a Reunião Ordinária para a apreciação das Demonstrações Financeira de 2019 no prazo legal e estatutário”. Além da cadeira da presidência do Conselho, Castellar é procurador-geral na Prefeitura de Belo Horizonte.

Como o não cumprimento de datas pode afetar a situação do Atlético no Profut, o vice-presidente Lásaro Cândido também se manifestou sobre o assunto. Em entrevista à Rádio Itatiaia, Lásaro disse que “não se deve politizar a aprovação de contras, coisas fundamentais para o clube”. Durante a gestão de Alexandre Kalil, Lásaro foi uma das principais peças de confiança do ex-dirigente.

Em entrevista ao Globo Esporte, Sette Câmara disparou contra Castellar e revelou que o não cumprimento da lei poderia afetar o empresário Rafael Menin.

“O presidente do conselho não marcava a data. O (Rafael) Menin questionou. O clube não pode descumprir o prazo. Eventualmente, pode vir a ser penalizado até com saída do Profut. Seria um caos. O Rafael poderia responder na pessoa física por conta disso. Ele tem um nome a zelar. O Castellar é ex-procurador, aposentado, mas aquilo não faz diferença para ele. Já tem 70 anos, tranquilo, isso não é nada para ele, acho eu, claro. Não se compara com os problemas que o Rafael teria, um jovem presidente de empresa multinacional. (…) Quem é Castellar perto do (Rafael) Menin na história do Atlético? Nenhuma grande atuação. Sempre esteve em volta, sempre gostou muito de frequentar camarote, de viajar, depois assumiu o conselho” afirmou Sérgio ao Globo Esporte.

Castellar pede um balanço mais detalhado e mais clareza nas informações sobre as finanças do clube. A batalha pode se arrastar para a justiça. Ao portal Super Esportes, Sérgio Sette Câmara relatou que o Atlético tomará medidas judiciais, caso Castellar tente adiar ou cancelar a reunião do dia 31 de julho.

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