FOTO: BRUNO CANTINI/ATLÉTICO
Quando Nathan criticou o método de trabalho de Dudamel em entrevista à TV Record, o meia deu início a um efeito dominó que passou pela resposta do treinador venezuelano e chegou até o presidente Sérgio Sette Câmara. Nathan reclamou de regras rigorosas impostas pelo técnico no dia a dia e que o grupo tinha dificuldade de compreender o que era pedido taticamente (leia aqui).
Dudamel lamentou a declaração de Nathan, disse que foi uma postura covarde do atleta e que a atitude mostra porque o jogador não obteve êxito no exterior. Em relação aos dirigentes, o treinador disse que não sustentaram a palavra, criticou Lásaro Cândido, vice-presidente do clube, e afirmou que não houve qualquer contato com Sette Câmara após a demissão.
“Fiquei muito surpreendido que, até o dia de hoje, nunca tive uma palavra, desde a minha saída do Atlético, com o presidente. O senhor Sérgio nunca teve a fortaleza, a personalidade e o caráter para dar a cara e poder conversar como profissional e como homem sobre seu ponto de vista e o porquê da (minha) saída. Mas eu, como profissional, devo entender essas decisões e continuar”, disparou Dudamel.
Em entrevista à Rádio Itatiaia, Sérgio respondeu ao venezuelano, comparou o método de trabalho de Dudamel à rotina de exército e afirmou que o técnico mostrou que não estava preparado para assumir um time de futebol.
“Ele quis botar regras rígidas demais, criando regras onde não há necessidade, e deixou de aplicar algum tipo de prática para o futebol, deixar o time mais bem preparado em detrimento dessas regras que eu considero inaplicáveis para atletas profissionais: jogador tem que acordar tal hora, tem que tomar café tal hora, etc. Parecendo coisa de exército. Ele tinha era que ter implementado um esquema de jogo, tinha que ter deixado um time bem preparado fisicamente através da pessoa que ele trouxe que até não era um mal profissional. Isso não aconteceu. Ele conseguiu mostrar que ele não estava preparado para assumir um time de futebol”, afirmou o presidente.
Sobre não ter entrado em contato com o técnico após a eliminação para o Afogados, pela Copa do Brasil, Sette Câmara disse que a prioridade era procurar outro nome no mercado para reparar o tempo perdido e que o motivo da demissão foi incompetência técnica.
“O Dudamel foi demitido por incompetência técnica. Não tem o que falar muito. Eu vi que ele reclamou, mas eu tinha pouco tempo para colocar de volta de pé o que não estava”, concluiu Sérgio.
Através do perfil no Twitter, o vice-presidente Lásaro Cândido também respondeu às declarações afirmando que tentou fazer com que o venezuelano conhecesse sobre a realidade brasileira e que alertou para o exagero em algumas regras, mas que o sucesso ou fracasso não podem ser terceirizados.
Realmente tentei, na medida das minhas possibilidades, q o técnico conhecesse um pouco da realidade brasileira, do GALO em particular. Quando tive oportunidade o alertei p o exagero em algumas regras etc. Tentei como faço desde 2009 c todos q passaram p clube, um ambiente sadio.. https://t.co/J7L8pL0Rot
— Lásaro Cândido (@lasaroccunha) April 11, 2020
Acrescento q ajudei ao meu modo e com as limitações dos cargos q venho ocupando no clube, c técnicos de características e personalidades distintas, com franqueza e leveza q pratico no futebol e na vida. O sucesso ou fracasso não podem ser terceirizados. Cada um q assuma o seu
— Lásaro Cândido (@lasaroccunha) April 11, 2020
Ainda em entrevista à Rádio Itatiaia, Sette Câmara repreendeu a atitude de Nathan pelas declarações ao canal de TV e prometeu resolver a situação internamente.
“Ele deveria ficar quieto, não precisava ficar fazendo esse tipo de comentário. Se ele achasse isso do treinador, deveria ter ido à frente dele e falado na época, e não deixado para falar depois. Isso aí com o jogador a gente fala com calma, internamente”, disse Sette Câmara.