Mesmo com a vantagem do empate devido ao regulamento e com 1 a 0 de frente aos 15 do segundo tempo, o Cruzeiro acabou derrotado pelo Atlético, de virada, e viu o título Mineiro escorregar pelas suas mãos. A Raposa colocou o adversário nas cordas no início da etapa final, mas viu o time perder volume e o rival crescer principalmente após a alteração do técnico Larcamón, que sacou Mateus Vital e lançou João Marcelo.
Durante a entrevista coletiva, Larcamón explicou sua decisão de repetir o sistema que havia tido dificuldade no primeiro tempo do jogo de ida, na Arena MRV, e discordou de análise feita pela imprensa. O treinador explicou que o lateral Marlon executou uma função como terceiro homem da defesa, e que no jogo da ida sua equipe buscou o empate também com três zagueiros:
“Acho que a análise é incompleta. Se você analisa o jogo na Arena, Zé Ivaldo entra e são três zagueiros. Essas análises tem intenção de falar de algo que não aconteceu. O primeiro tempo do primeiro jogo foi ruim com três zagueiros, mas a remontada no segundo tempo foi com três zagueiros também. Vital mostra uma lesão muscular que o limita a seguir no jogo, acho que uma boa possibilidade de controlar a amplitude iria agredir mais com suas alas com Saraiva que fez uma jogada decisiva. Essa ideia de fazer um encaixe consistente na amplitude, que poderia ser feito por Arthur, Robert ou Barreal, a decisão é sustentar esse momento emocionante pós gol, onde o Atlético ia ter que se abrir muito para descontar e lamentavelmente é um pouco do que acontece nesse tipo de jogo, colocar um jogador mais consistente na defesa para controlar isso, mas tenho que ser responsabilizado. Estou claro que essa mudança não saiu como desejei, agora é assumir. Fizemos um grande Mineiro, mas não alcançamos. Dói muito para mim, atletas e torcida. Agora quinta é voltar ao mesmo campo e trabalhar para ganhar e somar três pontos na Sul-Americana.”
Larcamón entende que o sucesso ou fracasso da equipe é responsabilidade de todos, mas reconhece que, como líder, ele carrega uma parcela significativa dessa responsabilidade. O técnico lamenta que a equipe estava próxima de alcançar o título, mas não conseguiu concretizá-la, resultando em uma sensação de decepção para todos envolvidos:
“É difícil falar de porcentagem. Sinto que tudo que acontece com o time o treinador é responsável. Não tenho capacidade de falar quanto é minha responsabilidade, somos uma equipe. É um dia ruim para falar sobre isso, estou claro que essa expectativa que não pudemos desfrutar da coroação sendo que estivemos tão perto de conquistar. É um momento de assumir todos juntos, e principalmente eu que sou o principal responsável.”
Confira outros trechos da coletiva:
Linha de cinco defensores:
“Não sinto que o início de jogo foi com linha de quatro. É difícil estar falando de sistema de jogo. Marlon hoje jogou de zagueiro numa estrutura de três centrais. Zé de um lado, Marlon de outro, mesma altura e posicionamento. No momento com bola pode reconhecer que Marlon está posicionado como estava fazendo Zé Ivaldo, com uma linha de três. Não estou dizendo que não sou responsável, sou responsável pois sou o treinador. Sinto que tenho que assumir as críticas porque o que acontece e a análise são em funções do resultado.”
Resposta ao torcedor:
“Sinto que o time precisa de uma resposta imediata. Quinta teremos um jogo muito importante, sabemos a dor que representa para a torcida e volto a falar, é o momento de assumir, sou o principal responsável. É o momento de sustentar o grupo e suas convicções. O torcedor tem que sentir. A torcida apoia, obviamente sempre tem o desejo de ver o time ganhar, alcançar e brigar por títulos. Hoje é um dia triste, volto a dizer. Só nosso trabalho é capaz de responder para voltar a lotar como hoje. Se tenho algo a falar para torcida é agradecer, não tenho mais o que falar. O contexto foi espetacular, sinto muita dor de não poder estar celebrando um título com todos os 61 mil torcedores que haviam no estádio, mas temos que seguir.”
Na quinta-feira, às 21 horas, no Mineirão, o Cruzeiro terá pela frente o Alianza, da Colômbia, em um confronto válido pela segunda rodada do Grupo B da Copa Sul-Americana. Será a chance do time dar a resposta após a perda do título mineiro para o seu maior rival.