FOTO: MARCELO DIAS / LIGHT PRESS / CRUZEIRO
Depois de finalmente sair da zona de rebaixamento após 10 rodadas, o Cruzeiro viu sua situação no Brasileiro melhorar, ainda que esteja longe da calmaria. Antes subutilizada por Mano Menezes, a base ganhou espaço após breve passagem de Rogério Ceni, com garotos como Ederson e Cacá aparecendo e, agora com Abel, recebendo sequência para seguirem crescendo como atletas. O primeiro, inclusive, foi responsável por uma melhora do seu companheiro de meio, o capitão Henrique. Passamos todo 2019 buscando uma dupla ideal de volantes e a peça estava ali, treinando, e vale lembrar: Ederson quase foi devolvido ao Desportivo Brasil, sua boa participação na Copa do Brasil Sub-20 impediu tal retorno.
Dos 32 pontos somados pelo Cruzeiro na competição, 9 foram conquistados com participação direta dos jovens oriundos da base. Contra o Vasco o jogo seguia empatado no Mineirão até os 40′ do segundo tempo, quando Rogério Ceni lançou o garoto Maurício e este marcou o gol que nos deu três pontos. Contra o Corinthians, foi de Ederson o segundo gol que nos deu a vitória e, contra o Botafogo, Cacá e novamente Ederson marcaram para que conquistássemos nossa segunda vitória consecutiva fora de Belo Horizonte, algo que não ocorria há mais de 14 meses. Os meninos nos garantiram 28% dos pontos adquiridos.
Ao todo, os promovidos em 2018 atuaram apenas 287 minutos durante a temporada. Apesar de ter entrado pra história com duas Copas do Brasil conquistadas de forma consecutiva, Mano Menezes nunca foi adepto de utilizar e lapidar jovens em formação. Por esse motivo, foram dois anos investindo em jogadores de idade avançada visando apenas o curto prazo nas Copas. Agora, sem dinheiro, o clube se vê obrigado a lançar os garotos num momento conturbado. Mesmo assim, a maioria mostrou personalidade para dar conta do recado. Ainda há alguns que necessitam de ajustes, como Maurício e Popó, até pela pouca idade (18 anos). Outros, como Adriano, Weverton e Rafael Santos, aguardam uma sequência de jogos para mostrar seu valor. E, acreditem, também são muito bons.
A reação no Brasileiro passa pela base. Após 8 jogos sem vitória, agora estamos invictos há 7 partidas e vindo de duas vitórias nos últimos três jogos com gols decisivos dela. Ela sempre será o caminho a ser perseguido por um clube como o Cruzeiro. Zezé Perrella, que recentemente falou em terceirização de categorias inferiores, deve repensar sua fala. Será a Toca I que garantirá um futuro quase comprometido pela má gestão de Wagner Pires e Itair Machado. Base nunca será custo, sempre investimento.
#MeDibre